Filhos da graça

 

Está escrito:

“Ele lhes perguntou: Filhos, vocês têm algo para comer? Eles responderam que não.” João 21:5

 

Era início da noite junto ao mar de Tiberíades. Então, Pedro, um dos doze discípulos de Jesus e que o negara alguns dias atrás diante das pessoas, tomou a decisão de ir pescar. Pedro não suportava ficar inativo. A impressão que me passa na mente era que Pedro estava decepcionado consigo mesmo, achando que seu ministério havia acabado, daí resolveu lançar as redes ao mar e voltar a exercer seu ofício de empresário da pesca, embora não podemos afirmar categoricamente que essa tenha sido a sua intenção. Mas, tudo leva crer que foi uma decisão temporária, tendo em vista a ressurreição de Jesus, talvez tenha sido providencial para o acontecimento que viria ocorrer na manhã seguinte. 

 

Então, como líder daquele grupo de pescadores, a sua atitude levou consigo seus companheiros, Tomé, Natanael, Zebedeu e dois outros discípulos de Jesus, que disseram: “Nós vamos com você” (João 21:3). Mas, a noite não estava para peixe. Eles lançaram a rede ao mar e não encontraram nada. Muito trabalho e pouco resultado! 

 

Todavia, ao amanhecer, uma surpresa os esperava. De pé na praia, Jesus os observava, mas os discípulos estavam tão frustrados e acovardados que não o reconheceram. Então, escutou-se a voz mansa e suave de Jesus a dizer: “Filhos!” Imagino que Pedro naquela situação estava certo de que não era mais digno de seguir em frente na obra evangelística. No entanto, ao invés de ouvir a voz de acusação, escutou o chamado da graça, representada, pela palavra “Filhos”. Perceba que Jesus pronuncia no plural, Ele não somente se referia a Pedro, mas também os demais discípulos.

 

O fato é que Jesus estava presente naquela manhã não somente para realizar o milagre da pesca maravilhosa, pois ao ordenar que lançasse a rede ao lado direito do barco, os pescadores obedeceram e quase não conseguiam recolher a grande quantidade de peixe, mas Jesus estava ali para restaurar o ministério de Pedro e dos demais discípulos.  

 

Diante desse contexto, algumas lições podemos aprender e aplicar em nossa vida:

1.     Somos filhos da graça – Jesus nos ama como filhos. Tem coisa mais doce do que ser chamado por “filho”? A palavra dita por Jesus tinha uma tonelada de graça para aqueles discípulos medrosos e acovardados. Graça e amor se misturam numa combinação perfeita para restaurar vidas para a glória de Deus. “Todos recebemos da sua plenitude, graça sobre graça” (João 1:16). Ó maravilhosa graça de Jesus! Aleluia! O que seria de nós se não encontrássemos a graça que nos ajuda no momento da necessidade (Hebreus 4:16).

2.     Não estamos sós – por mais que seja difícil a situação, nunca estamos sós. Jesus está conosco. Ele observava os discípulos, o trabalho inútil da pesca, o desânimo e a frustração deles. Porém, tudo mudou quando eles reconheceram que era Jesus que estava ali observando o trabalho deles. Então, quando Jesus está presente em nossa vida podemos ter a certeza de que Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste (Colossenses 1:17), portanto Ele tem o controle do nosso destino.

3.     A graça que restaura - o encontro de Jesus com seus discípulos tinha um propósito, a restauração ministerial. Jesus não estava na praia para fazer um piquenique, embora o pretexto fosse a pergunta: “vocês têm algo para comer?”. Mas, depois da pesca milagrosa, João, o discípulo a quem Jesus amava, reconheceu que era Jesus. Isso abriu os olhos de Pedro que se jogou no mar e foi nadando até ao encontro de Jesus. Depois de comerem o pão com o peixe da pescaria, Jesus questiona três vezes Pedro, “amas-me?” Foram essas três perguntas que levaram e motivaram Pedro a seguir seu ministério por causa do seu amor ao Senhor. A graça alcançou Pedro e os demais discípulos. Os filhos da graça têm seus ministérios restaurados.

 

Por fim, a graça nos ensina que para exercer qualquer ministério é preciso amar seu ofício. Pedro aprendeu a lição e exerceu sua liderança com poder e sabedoria do Espírito Santo, sendo constante, fiel e firme até sua velhice, quando glorificou a Deus ao ser crucificado de cabeça para baixo. A graça de Deus é poderosa para nos perdoar e fazer seguir em frente.

Lembre-se: Deus é bom; seu amor dura para sempre.

Homem ou mulher de Deus

 

Está escrito:

“Para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” 2Timóteo 3:17

 

Quero refletir um pouco com você sobre a expressão “homem de Deus”. Quando a Bíblia usa essa expressão está se referindo a alguém que possui intimidade com Deus, obviamente é preciso entender o contexto que se refere. No entanto, quando penso nessa expressão a vejo como sendo qualquer pessoa, homem ou mulher, que vive piedosamente em Cristo Jesus. 

 

Nesse sentido, como podemos aprender e nos qualificar na condição de ser homem ou mulher de Deus? A resposta está na Bíblia. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para repreensão, para correção e para instrução na justiça (2 Timóteo 2:16). Se alguém deseja ser “homem ou mulher de Deus”, é importante que busque nas escrituras o conhecimento que o torne apto e plenamente preparado para toda boa obra. 

 

Mas, que “toda boa obra” é esta? Seria quem sabe, pregar o Evangelho no púlpito ou fazer milagres, fazer caridades, visitar os enfermos ou os encarcerados ou qualquer outra coisa dessa natureza? Tais obras são boas. Contudo, a boa obra é aquela que glorifica a Deus, através da nossa vida. Assim, quer vocês comam, quer bebam, quer façam qualquer outra coisa façam tudo para a glória de Deus (1 Coríntios 10:31).

 

Assim, o homem ou mulher de Deus não é uma pessoa perfeita ou madura espiritualmente, mas alguém que precisa buscar mais as Escrituras e conhecer a Deus que são fontes inesgotáveis de conhecimento, sabedoria e riqueza. Daí a razão de que a Escritura nos torna apto a ser corrigido, ensinado, repreendido e moldado a semelhança de Cristo. É quase impossível no presente século alguém viver a plenitude do conhecimento de Cristo e a maturidade espiritual ao ponto de achar que já sabe de tudo, porque quando a pessoa para de aprender de Deus, ela deixa de se enquadrar na categoria “homem ou mulher de Deus”. 

 

Então, qual é o perfil do(a) homem ou mulher de Deus? Podemos delinear algumas características:

 

·      Ele(a) tem sede de conhecer a Deus – essa é uma característica básica, ele(a) busca aprender de Deus através das Escrituras, porque sabe que a Bíblia é inspirada por Deus e útil para ensinar, repreender, corrigir e instruir na justiça. Daí, o salmista afirmar: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?” (Salmos 42:2). 

·      Ele(a) é submisso a Deus - o homem ou mulher de Deus se submete a vontade de Deus, pois sabe o que é experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12:2).

·      Ele(a) age com integridade – o homem ou mulher de Deus é uma pessoa que age com integridade de caráter, por isso necessita do poder do Espírito Santo para não se corromper diante de uma humanidade corrupta e pecaminosa. Razão pela qual o salmista diz: “Senhor, trata com bondade os que fazem o bem, os que têm coração íntegro” (Salmos 125:4).

·      Ele(a) é alguém ensinável, fácil de ser tratado e humilde para nunca deixar de aprender – o aprendizado deve fazer parte da vida de qualquer cristão, homem ou mulher de Deus. O apóstolo Paula aprendeu, até mesmo Jesus Cristo, conforme relatado no livro de Hebreus (Embora sendo Filho, ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu; e, uma vez aperfeiçoado, tornou-se a fonte da salvação eterna para todos os que lhe obedecem) (Hebreus 5:8-9).

 

Por fim, podemos inferir que todos nós somos chamados para sermos homens ou mulheres de Deus. Isso significa que somos seguidores de Deus e por isso temos a responsabilidade e o compromisso de conhecê-lo e obedecer aos seus ensinamentos, além de amarmos a sua palavra. Logo, qualquer cristão que vive de maneira correta, rejeitando o pecado e fazendo a boa obra, com a ajuda do Espírito Santo de Deus que nos ensina e nos enche do seu amor, se torna homem ou mulher de Deus. 

Você precisa ser homem ou mulher de Deus. O Senhor o criou para isso! Ele tem propósitos em sua vida. Então, você, homem ou mulher de Deus, “busque a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão” (1 Timóteo 6:11).

 

Lembre-se: Deus é bom; seu amor dura para sempre

Quem é Jesus

 

Está escrito:

“Quem o povo diz que eu sou?” Marcos 8:27

 

A pergunta sobre quem é Jesus parece que continua presente em nossos dias. Mas, no contexto que ela se apresenta, parte de uma iniciativa de Jesus. Ele questionou os seus discípulos, em outras palavras, o seguinte: o que as pessoas dizem por aí que eu sou? É importante destacar que Jesus não era uma pessoa anônima, ele entra na cena pública como uma pessoa fora do comum, porque até chegar naquele momento da pergunta, Jesus havia expulsado espírito imundo (Lucas 4:31-37), tinha mostrado poder sobre os demônios e as doenças (Mateus 8:14-17), curado um leproso (Lucas 5:12-16), curado um paralítico (Marcos 2:1-12), curado um endemoninhado (Lucas 8:26-39), acalmado uma tempestade (Mateus 8:23-27), ressuscitado a filha de Jairo (Marcos 5:21-43), multiplicado pães (João 6:1-15), andado sobre as águas (Mateus 14:22-36) e curado um surdo e gago (Marcos 7:31-36).

 

Então, como alguém pode ser desconhecido depois de fazer tantas proezas, sinais e milagres? Isso é surpreendente! Como naquela época não existiam os institutos de pesquisa,  Jesus foi perguntar aos seus discípulos: “Quem o povo diz que eu sou?” A resposta foi mais surpreendente ainda. Eles responderam: “Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; e, ainda outros, um dos profetas” (Marcos 8:28). Em outras palavras, o povo não sabe de nada a respeito de Jesus. 

 

As pessoas que viram, observaram, conviveram e alguns acompanharam a passagem de Jesus, não sabiam quem era Jesus. Será que hoje as pessoas sabem que é Jesus? Quem é Jesus para você? O Evangelho de Jesus Cristo, segundo a narrativa de Marcos nos diz quem é Jesus no primeiro versículo do primeiro capítulo: “o Filho de Deus”. Aqui nós temos a identidade de Jesus, que responde ao “quem é este?”. 

 

O curioso é que fatos narrados pelos os Evangelhos e testemunhado pelas pessoas que presenciaram tais acontecimentos confirmam a afirmação de que Jesus é o Filho de Deus, se não vejamos:

·      “Tu és meu filho amado, em ti me comprazo” Marcos 1:11. Isto aconteceu quando Jesus saiu da água, durante seu batismo.

·      “Bem sei quem és: o Santo de Deus!” Marcos 1:24. Essa passagem é interessante, porque Jesus havia expulsado um espírito imundo e esse ser espiritual do mal sabia quem era Jesus.

·      “Tu és o Filho de Deus!” Marcos 3:11. Outro espírito imundo expulso por Jesus na presença de uma multidão. 

 

Percebe que a identidade de Jesus era revelada durante os milagres realizados por ele diante de testemunhas e isso causava admiração em muitos, mas eles não sabiam direito definir quem ele era. Quem é Jesus para você? Para Pedro, respondendo à pergunta de Jesus: “Quem vocês dizem que eu sou? Pedro disse: “Tu és o Cristo” (Marcos 8: 29). Ou seja, tu és o Messias ou Ungido. 

 

A resposta de Pedro está correta? Jesus não disse que sim, nem que não. Mas, cremos que esteja certa. Porém, os discípulos não compreendiam o significado das palavras de Jesus, de forma que Jesus tenta revelar sua identidade, através de analogias:

·      Eu sou o pão da vida – João 6:35

·      Eu sou a luz do mundo – João 8:12

·      Eu sou a porta das ovelhas – João 10:7

·      Eu sou o bom pastor – João 10:11

·      Eu sou a ressurreição e a vida – João 11:25

·      Eu sou o caminho, a verdade e a vida – João 14:6

·      Eu sou a videira verdadeira – João 15:1

 

Pode-se observar que as expressões sempre começam com “Eu sou” e elas são citadas sete vezes no Evangelho narrado por João, isso não é por acaso, porque Deus se apresentou a Moisés como “Eu sou o que Sou” Êxodo 3:14. Deus se identifica como “Eu sou”, logo Jesus se revela como Filho de Deus diante os homens da sua época, no entanto, eles não entenderam a mensagem salvadora do Messias.

 

As pessoas da sua época esperavam um Messias nacionalista, vitorioso que reinasse materialmente, mas isso não era o seu propósito. A glória e a conquista de Cristo se dão no caminho da cruz: Jesus, o Filho do Homem crucificado e Filho de Deus ressuscitado. Quem é Jesus? Para responder a essa pergunta é necessário conhecê-lo, através dos Evangelhos e reconhecer nele o Messias, o enviado de Deus, e aceitar o projeto de Deus que a nós nos foi revelado, através de Jesus Cristo e se entregar totalmente nesta graça que nos alcançou para nossa redenção.

 

Lembre-se: Deus é bom; seu amor dura para sempre  

O legado de ser mãe

 

Está escrito:

“Contudo, tu mesmo me tiraste do ventre; deste-me segurança junto ao seio de minha mãe.” Salmos 22:9

 

Toda vez que leio este versículo do Salmo 22 fico impressionado como Deus nos ama e cuida de nós desde que fomos gerados. O amor de Deus por nós teve início na concepção. É maravilhoso saber que somos amados por um Deus que por sua graça nos acolheu como filhos e nos entregou a nossa mãe para cuidar e educar nos princípios e valores cristãos.

 

Deus delegou a mãe a missão de cuidar dos filhos e para isso lhe concedeu graciosamente um amor que só quem é mãe possui. Difícil é descrever o amor de mãe, ela tem uma percepção ou sensibilidade que conhece o que se passa aparentemente com seu filho. Isso é surpreendente, basta um olhar ou gesto, a maneira do filho falar, a mãe sente que algo estar errado. O cordão que foi cortado durante o nascimento que separou fisicamente mãe e filho parecem que na dimensão emocional-afetiva nunca foi rompido.  

 

A mãe conhece seu filho, porém Deus o conhece no íntimo. “Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe” (Salmo 139:13). A mãe é um instrumento biológico e afetivo que Deus nos proporcionou para nascermos com um propósito. Por essa razão, a Bíblia nos ensina que devemos honrar pai e mãe (Êxodo 20:12) e Deus é tão gracioso que este é o primeiro mandamento com promessa (Efésios 6:2).

 

Como alguém pode deixar de reconhecer a importância de uma mãe em sua vida? Qualquer que seja a mãe, biológica ou adotiva, ela recebe de Deus uma missão - cuidar do filho. Diante da nossa fragilidade ao nascermos provavelmente não sobreviveríamos se não fossem os cuidados maternos. Toda criança recém-nascida é 100% dependente da proteção da mãe, em todos os sentidos, ou seja, o legado da mãe é a perpetuação da vida ao gerar ou cuidar de um filho, amando-o cuidadosamente. Providência divina para se cumprir os propósitos de Deus na vida da mulher e dos filhos, permitir que a vida exista, que uma criatura humana cresça, desenvolva e tenha conhecimento de Deus, a fim de dar continuidade a nova geração. 

 

Mas, o legado da mãe vai além da maternidade e dos primeiros cuidados na fase inicial da infância. Os pais precisam personalizar o seu lar com valores cristãos, ensinando desde a infância sobre o amor de Deus, a fé, a ética, os hábitos e costumes que vão edificar a personalidade da criança. No livro de Provérbios 22:6 está escrito: “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ele, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles”.

 

Obviamente que, o legado da mãe não se resume apenas na instrução, mas no seu exemplo de mulher que teme a Deus. A mãe que ora pelos filhos diariamente, de joelhos no chão buscando em Deus força, graça e sabedoria para criar e educar seus filhos nos caminhos do Senhor, de acordo com que crê e acredita nas escrituras, independentemente da pressão da mídia, da escola, de amigos ou até mesmo de alguns familiares. A mãe que teme ao Senhor permanece firme em seus valores na criação dos filhos.

 

A mãe que teme ao Senhor, fala com sabedoria e ensina os filhos com amor, de forma que eles vão crescendo entendendo suas atitudes que terão reflexos na vida deles na fase adulta. Então, o legado de ser mãe é algo que não se aprende nas escolas e nem se nasce sabendo. Ser mãe não é uma obrigação, mas uma escolha e uma grande bênção, não apenas por gerar um filho, mas de receber de Deus amor para amar, cuidar e ensinar. Isso é desafiador, no entanto, é uma grande prova de amor.

 

Lembre-se: Deus é bom; seu amor dura para sempre.

Deus conhece

Está escrito:

“Senhor, tu me sondas e me conheces”. Salmo 139:1

 

Dos 150 Salmos da Bíblia, um dos meus favoritos é o Salmo 139, porque esse salmo reflete acerca de quem é Deus e expõe a grandiosidade dEle e a nossa pequenez. Mas, não vamos meditar nos 24 versículos do salmo. Destacaremos apenas o verso de abertura do salmo: “Senhor, tu me sondas e me conheces”. 

 

O que o texto quer dizer com “me sondas”? Quando vou iniciar um conteúdo com os meus alunos, antes eu faço uma sondagem para saber se eles têm algum conhecimento prévio daquilo que vou ministrar. Assim, “sondar” nos transmite a ideia de “examinar”, “pesquisar”, “averiguar”, entre outros. Então, o salmista expressa no versículo 1 do Salmo 139 que Deus é soberano para nos sondar e nos conhecer, mesmo contra minha vontade.

 

Aliás, Deus sabe tudo sobre nós. Lembra daquilo que você fez e que ninguém viu, Deus viu. Sabe aquele segredo que você guarda a tanto tempo e nunca foi revelado nem para a pessoa que você mais confia, Deus sabe. Ele conhece cada momento do seu cotidiano. Se a nossa mente é capaz de processar cerca de dez mil pensamentos por dia e que muitos deles ocorrem de uma forma que nós nem percebemos conscientemente, Deus conhece nossos pensamentos. Por isto, o salmista diz que “antes mesmo que a palavra me chegue à língua, tu já a conheces inteiramente, Senhor” (Salmo 139:4).

 

Isso é tremendo! Os atributos exclusivos de Deus, sendo onisciente e onipresente, fazem com que Ele saiba de tudo que eu faço, digo e penso. Já parou para imaginar uma situação dessa? Isso para você é confortante ou assustador? Você se sente seguro em tomar conhecimento desse fato na sua vida? Deus tem conhecimento detalhado da sua vida, de cada célula do seu corpo desde antes do seu nascimento. 

 

Então, o que fazer diante dessa revelação? Ter a consciência de que Deus nos sonda e nos conhece deve encher nosso coração de esperança, coragem e fé, porque podemos ter a plena convicção de que Ele não nos desamparará e que não há escuridão tão grande que a luz de Deus não possa brilhar. Eu e você não somos um acidente neste mundo. Nós não somos parte de uma multidão que não conhece a Deus, mas somos uma criação maravilhosa de um Deus todo-poderoso que se importa por nós e nos ama tanto ao ponto de nos revela Jesus Cristo. Não esqueça que você é uma pessoa eleita por Ele antes que o mundo existisse. Deus está com você, sondando, dando cobertura por trás e pela frente e põe a mão sobre você, logo não existe lugar algum onde você esteja que Ele não possa estar. Deus te ama incondicionalmente, ou seja, do jeito que você está e nada pode separar esse amor.

 

A presença de Deus não é um sentimento ou uma impressão, mas uma realidade imutável. Por isso, Deus conhece:

·      Seus pensamentos – essa é uma característica eminentemente humana. “Penso, logo existo”, disse o filósofo francês René Descartes. Mas, o salmista diz: “O Senhor conhece os pensamentos do homem, e sabe como são fúteis” (Salmo 94:11). O pecado que está em nós tornou nossos pensamentos fúteis, inúteis, nulos, vazios diante da santidade de Deus. 

·      Seus caminhos – a metáfora dos caminhos é usada para indicar as várias facetas da vida humana, ou seja, qual é a minha escolha de vida, os planos que decidi executar para seguir o meu destino. A vida que escolhi viver independente da vontade de Deus. No entanto, o Senhor vê os caminhos do homem e examina todos os seus passos (Provérbios 5:21). Eu tenho a liberdade de escolher o caminho a seguir, mas “teus caminhos, ó Deus, são santos” (Salmo 77:13).

·      Suas palavras – a palavra é a manifestação oral ou escrita da linguagem humana. O nosso cérebro processa um pensamento e transmite, através da linguagem, as palavras que expressam uma ideia ou algo compreensível. Por isso, precisamos ter cuidado com o uso das palavras, “pois por suas palavras vocês serão absolvidos, e por suas palavras serão condenados” (Mateus 12:37). 

·      Seu coração – o termo “coração” usada na Bíblia tem vários significados e depende do contexto. Mas, neste caso, me refiro ao coração como sendo o “Eu”, o “centro de controle” do qual todas as minhas decisões são tomadas. Em outras palavras, é o lugar onde estar as minhas vontades, atitudes e intenções. Deus os conhecem. Por isso, em Provérbios diz: “Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o SENHOR determina os seus passos” (16:9). Diante dessa constatação, “acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida” (Provérbios 4:23).

 

Por fim, será que agora eu posso me sentir confortável em saber que Deus me sonda e me conhece mais do que eu mesmo? A resposta a essa pergunta só será afirmativa se tão somente eu tiver a consciência tranquila dos meus atos e a certeza de que tenho o amor de Deus e que Ele estará sempre comigo no presente e na vida eterna. 

 

Lembre-se: Deus é bom; seu amor dura para sempre