domingo, 24 de setembro de 2023

O poder transformador das palavras: alegrando corações e vencendo ansiedade

 Está escrito:

“A ansiedade no coração deixa o homem abatido, mas uma boa palavra o alegra” (Provérbios 12:25)

 

Este versículo oferece uma reflexão teológica sobre o impacto da ansiedade e da palavra edificante na vida das pessoas. Nesse contexto, a ansiedade é entendida como uma preocupação excessiva e uma falta de confiança em Deus. A Bíblia frequentemente nos ensina a não nos preocuparmos, mas a confiar em Deus e lançar nossas ansiedades sobre Ele, porque Ele tem cuidado de nós (1 Pedro 5:7). A ansiedade pode abater o coração do homem, oprimindo-o emocional, física e espiritualmente.

 

Do ponto de vista da ciência, a ansiedade é uma resposta natural do corpo a situações percebidas como ameaçadoras ou desafiadoras. É uma emoção comum que todos nós experimentamos em determinados momentos da vida. A ansiedade pode ser entendida como uma reação de alerta e preparação do organismo diante de uma possível ameaça ou perigo. 

 

De fato, a ansiedade envolve uma combinação complexa de fatores biológicos, psicológicos e sociais. A nível psicológico, a ansiedade pode estar associada a pensamentos de preocupação, medo e antecipação negativa em relação ao futuro. Pode envolver preocupação excessiva sobre problemas ou eventos estressantes, bem como expectativas negativas sobre o que está por vir. 

 

Por outro lado, a expressão “boa palavra” que traz alegria, refere-se a uma palavra de encorajamento, consolo, esperança ou sabedoria. Essa boa palavra pode ser tanto a Palavra de Deus (a Bíblia) como também palavras gentis e sábias vindas de outras pessoas. Expressões como "você é capaz", "Estou aqui para apoiar você" ou "não desista", podem trazer ânimo e alegria ao coraçãoAtravés dessa palavra positiva, o coração do homem pode ser alegrado, trazendo consolo, esperança e fortalecimento. 

 

Convém lembrar que essa passagem ressalta a importância do cuidado com as palavras que proferimos. Eu confesso que não é fácil ter controle sobre as palavras que proferimos. Na realidade, nossas palavras têm poder para edificar ou destruir, para alegrar ou entristecer alguém. Mas, como cristãos somos chamados a seguir o exemplo de Jesus Cristo, que frequentemente usou palavras de encorajamento e graça para ministrar às pessoas ao seu redor.

 

Além disso, o versículo também nos lembra da necessidade de confiarmos em Deus e de lançarmos nossas ansiedades sobre Ele. Em vez de nos deixarmos consumir pela ansiedade, devemos buscar a paz e a esperança que vêm de uma fé profunda em Deus. 

 

Nesse sentido, a Bíblia oferece ensinamentos e princípios que podem nos ajudar a lidar com a ansiedade. Embora a ansiedade em si não seja mencionada como um conceito psicológico específico na Bíblia, existem passagens que tratam de preocupações, medos e confiança em Deus. Vejamos alguns textos bíblicos que exemplificam a abordagem do tema:

1.     Filipenses 4:6-7: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus”. Esta passagem nos incentiva a entregar nossas preocupações e ansiedades a Deus por meio da oração, confiando que Ele cuidará de nós e nos trará paz.

2.     Mateus 6:25-27: “Portanto eu digo: Não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer ou beber; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante que a comida, e o corpo mais importante que a roupa? Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas? Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?” Nessa passagem, Jesus nos ensina a confiar na provisão de Deus e a não nos preocuparmos excessivamente com as necessidades materiais, lembrando-nos de que Deus cuida de nós.

3.     1 Pedro 5:7: “Lancem sobre Ele toda a sua ansiedade, porque Ele tem cuidado de vocês”. Essa passagem nos incentiva a entregar todas as nossas ansiedades e preocupações a Deus, confiando que Ele cuidará de nós. É um lembrete de que não precisamos carregar o fardo da ansiedade sozinhos, mas podemos confiar em Deus para nos ajudar.

4.     Salmos 55:22: “Entregue suas preocupações ao SENHOR, e ele o susterá; jamais permitirá que o justo venha a cair”. Neste versículo, somos encorajados a entregar nossas preocupações e ansiedades a Deus, confiando que Ele nos sustentará e nos fortalecerá.

 

A Bíblia nos convida a buscar a Deus e entregar nossas preocupações a Ele e confiar em Sua provisão e cuidado. Ela nos lembra que não estamos sozinhos em nossas ansiedades e que Deus está disposto a nos ajudar e nos dar paz. Portanto, a Bíblia tem uma “boa palavra” capaz de alegrar o nosso coração e transmitir positividade, encorajamento, consolo, sabedoria, orientação e amor. 

 

Em resumo, teologicamente, Provérbios 12:25 nos ensina que a ansiedade pode nos abater, mas palavras edificantes e uma confiança em Deus podem trazer alegria e consolo ao nosso coração. Portanto, devemos ser cuidadosos com as palavras que proferimos e buscar aquelas que edifiquem, tanto na Palavra de Deus como no que dizemos aos outros. Além disso, é importante lembrar que Deus é o nosso refúgio e podemos encontrar paz e esperança nEle.

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Sola Scriptura - Solus Christus - Sola gratia - Sola fide e Soli Deo glória

domingo, 17 de setembro de 2023

A confiança no auxílio e sustento de Deus


Está escrito:

“Certamente Deus é o meu auxílio; é o Senhor que me sustém” (Salmos 54:4)

 

Este salmo é uma passagem bíblica que expressa de forma simples, mas profundamente significativa, a confiança no auxílio e sustento de Deus. O versículo 4 nos convida a contemplar a relação entre a humanidade e o seu Criador, lançando luz sobre a natureza da fé e da dependência de Deus na jornada da vida. Ela também mostra que a fé em Deus é uma fonte de força e segurança para aqueles que acreditam nele.

 

O Salmo 54 é atribuído a Davi e foi composto em um momento de profundo perigo e aflição em sua vida. Ele clama a Deus por auxílio contra inimigos que buscam sua destruição. Nesse contexto adverso, Davi expressa sua fé inabalável em Deus como seu auxílio e sustentador. O versículo 4, em particular, destaca a certeza de que Deus é o socorro divino em tempos de necessidade e o firme alicerce que sustenta a vida.

 

A declaração “certamente Deus é o meu auxílio”, contém uma profunda confiança teológica. Ela nos lembra que, em meio às tempestades da vida, podemos confiar inteiramente em Deus como nosso refúgio seguro. A palavra “certamente” enfatiza a absoluta confiabilidade de Deus como auxílio. Essa confiança não é baseada em circunstância ou méritos pessoais, mas na natureza fiel de Deus.

 

Só entende essa certeza do auxílio de Deus quem vivenciou uma grande tempestade em sua vida. Em 12 de setembro, fez exatamente um ano do meu exílio, uma nuvem escura transformou minha vida e mudou totalmente a minha trajetória. Mas, no meio desse turbilhão que me cercou percebi o auxílio de Deus me conduzindo e sustentando com sua graça. Foram inúmeros livramentos. O que me chama atenção nessa palavra “sustém” é que traz a imagem de Deus como o alicerce inabalável sobre o qual podemos construir nossas vidas. Ele não apenas me resgatou naquele tempo de aflição, mas também tem me sustentado em meu caminhar diário. Essa sustentação divina me assegura que não estou sozinho em minha jornada.


A mensagem do Salmo 54:4 transcende sua origem história e continua a ser uma fonte de conforto e esperança para mim e para aqueles que enfrentam desafios em suas vidas. Em um mundo repleto de incertezas, de coisas inesperadas e surpreendentes, o versículo 4 nos convida a depositar nossa confiança em Deus, sabendo que Ele é o nosso auxílio constante e o alicerce seguro que nos sustenta.

 

Assim, o salmista, em sua simplicidade, nos convida a ter confiança em Deus por várias razões fundamentais, a saber:

1.     Natureza da fé. A fé é um elemento central nas Escrituras e na espiritualidade. Ela é alicerçada na confiança em Deus, na crença na Sua bondade, poder e fidelidade. O salmista nos convida a confiar em Deus porque a fé é o cerne da nossa relação com Deus.

2.     Experiência pessoal. Talvez você tenha observado que muitos dos salmos são expressões de experiências pessoais dos salmistas, incluindo desafios, adversidades e momentos de angústia. Quando esses salmistas encontram refúgio e ajuda em Deus, eles compartilham essas experiências para encorajar outros a também depositarem sua confiança em Deus.

3.     Fidelidade de Deus. Perceba também que os salmistas frequentemente testemunham a fidelidade de Deus ao longo da história do povo de Israel. Eles reconhecem que Deus sempre cumpre Suas promessas e permanece fiel mesmo em meio às dificuldades. Essa fidelidade de Deus é uma razão sólida para confiarmos nEle.

4.     Auxílio e sustento. Ressaltamos mais uma vez que o Salmo 54:4 nos convida a confiar em Deus como nosso auxílio e sustento. Isso implica que Deus está disposto e capaz de nos ajudar em momentos de necessidade e de nos sustentar em nossa jornada de vida. Creia, Ele é a fonte de força e apoio que precisamos.

5.     Alternativa à desesperança. Em muitas situações da vida, a desesperança e o desânimo podem surgir. O convite a confiar em Deus oferece uma alternativa positiva a esses sentimentos. Ter confiança em Deus é uma fonte de esperança que nos ajuda a superar os desafios.

6.     Relação pessoal. A confiança em Deus é também uma expressão de nossa relação pessoal com Ele. Ela indica nossa dependência de Deus como nosso Criador e Senhor. Confiar em Deus não apenas nos traz benefícios práticos, mas também fortalece nosso relacionamento espiritual com Ele.

 

Em suma, o salmo 54:4 é um testemunho poderoso da confiança na bondade e fidelidade de Deus. Ele nos lembra que, independentemente das circunstâncias que enfrentamos, podemos confiar plenamente em Deus como nosso auxílio e sustentador. Essa verdade transcende gerações e culturas, oferecendo conforto e esperança a todos aqueles que buscam a Deus em busca de ajuda e orientação. Que possamos, como Davi, proclamar com fé: “Certamente Deus é o meu auxílio; é o Senhor que me sustém”. Deus sustente a sua vida, sendo o auxílio que você precisa em todo e qualquer momento. Amém!

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

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domingo, 10 de setembro de 2023

Fortalecendo a fé através da capacitação Divina

 

Está escrito:

“Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece”. (Filipenses 4:12,13)

 

A Bíblia é uma fonte inesgotável de sabedoria e orientação para a vida espiritual dos crentes. Entre os diversos textos que enriquecem essa compilação, encontramos uma passagem especialmente significativa que nos convida a refletir sobre a força interior proporcionada por Deus. Os versículos 12 e 13 de Filipenses 4, escrito pelo apóstolo Paulo, revelam princípios teológicos fundamentais que têm ressoado ao longo dos séculos, inspirando cristãos a encontrar contentamento e força, independentemente das circunstâncias.

 

O fato que nos chama atenção nesta epístola é que Paulo estava na prisão quando a escreveu. Pode-se observar que ele expressa sua gratidão pelo apoio recebido e compartilha suas experiências de alegria e contentamento, mesmo em meio a dificuldades. No verso 12, ele reconhece a variação das circunstâncias da vida, mas enfatiza a sua capacidade de encontrar contentamento através de Cristo. 

 

Mas, qual era o segredo de Paulo para viver contente em toda e qualquer situação? A resposta é simples, o segredo de Paulo está enraizado na sua fé profunda e na sua comunhão com Cristo. Ele aprendeu a depender da força capacitadora de Deus em todas as circunstâncias, sejam elas favoráveis ou desafiadoras. Esse segredo não se baseava em circunstâncias externas ou realizações pessoais, mas sim na sua conexão espiritual com Cristo.

 

Paulo menciona no verso 12 que ele aprendeu viver contente, ou seja, esse aprendizado sugere que sua capacidade de enfrentar as situações variadas da vida estava enraizada em uma jornada de crescimento espiritual contínuo. Ele experimentou a suficiência de Deus independentemente das condições externas. 


Meu irmão, se você está passando por alguma crise em sua vida: desemprego, perda, enfermidade, financeira, provas diversas, está se sentindo quase desfalecendo, não permita que o desânimo lhe domine, mas confie em Deus que nos fortalece e pode todas as coisas. As palavras de Paulo nos ensinam pelo menos três lições básicas:

 

1.     A força capacitadora vem de Deus. No versículo 13, Paulo declara: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. Esse versículo é frequentemente citado isoladamente para transmitir a ideia de que podemos realizar qualquer coisa com a força de Deus. No entanto, é crucial entender o contexto no qual Paulo o escreveu. Ele não estava falando de uma capacidade ilimitada de alcançar qualquer objetivo pessoal, mas sim sobre a capacidade de suportar todas as circunstâncias, através do poder de Deus. Um versículo da Bíblia que ilustra a força capacitadora de Deus é Isaías 40:29, que diz: “Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem força”.

 

Neste versículo encontramos uma poderosa declaração sobre o poder de Deus em fortalecer e capacitar aqueles que estão cansados, fracos ou desgastados. Essa passagem ressalta a capacidade de Deus de renovar as forças daqueles que confiam Nele e buscam a Sua ajuda. Mostra que Deus é o provedor de força e vigor, capacitando-nos a enfrentar os desafios da vida com confiança e determinação.

 

2.     Contentamento em todas as situações. A teologia subjacente a esses versículos é profunda. Paulo não está ensinando que os crentes podem simplesmente desejar algo e Deus lhes concederá. Em vez disso, ele compartilha um segredo espiritual: a fonte de contentamento reside em uma comunhão profunda com Cristo, em qualquer que seja as circunstâncias externas. A verdadeira força não está em dominar as circunstâncias, mas em ser fortalecido interiormente pela presença de Cristo.

 

Paulo não está afirmando que tem algum poder mágico, ele reconhece que sua força e capacidade vêm de sua conexão com Cristo. Ele nos ensina que devemos ter uma profunda confiança na presença e no poder de Deus em nossa vida. Precisamos compreender que, através da comunhão com Cristo, poderemos enfrentar todas as adversidades e desafios com uma perspectiva de esperança e contentamento.

 

3.     Aplicação na vida cristã. A lição que Paulo nos ensina é atemporal e tem implicações práticas para a vida cristã. Em um mundo cheio de altos e baixos, a busca pelo contentamento genuíno e pela força espiritual deve ser ancorada na fé em Cristo. O versículo 13 nos convida a confiar em Deus para sustentar, capacitar e fortalecer, não importando as crises que enfrentemos.

 

Em resumo, Filipenses 4:12, 13 oferece um profundo entendimento teológico sobre a força interior que os crentes podem experimentar através da comunhão com Cristo. A mensagem de contentamento em todas as situações e da capacitação divina transcende as épocas e continua a inspirar cristãos a encontrarem sua força em Deus, independentemente dos desafios que enfrentam. Então, se você está passando por uma batalha em sua mente e não entende o que está acontecendo, eu te convido a olhar para além das aparências e a encontrar verdadeira paz e contentamento em uma relação íntima com o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Sola Scriptura - Solus Christus - Sola gratia - Sola fide e Soli Deo glória

domingo, 3 de setembro de 2023

Glória somente a Deus (Soli Deo gloria)


 

Está escrito:

“Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém” (Romanos 11:36).

 

A doutrina teológica conhecida como “Glória somente a Deus” é um princípio central nas Escrituras, que ressalta a absoluta soberania e glória exclusiva de Deus. Esta doutrina fundamental é essencial para a compreensão adequada da natureza divina e do relacionamento do ser humano com o Criador. Ao longo da Bíblia, encontramos diversos versículos que confirmam e reforçam esse ensinamento, demonstrando a grandiosidade de Deus e a nossa dependência total de Sua graça.

 

Em primeiro lugar, a “Glória somente a Deus” encontra seu alicerce desde o Antigo Testamento, em que há diversas passagens que ressaltam a grandeza de Deus e Seu direito inquestionável de receber toda a glória. Por exemplo, o profeta Isaías exalta a majestade divina: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor” (Isaías 42:8). Perceba que nessa passagem, Deus enfatiza Sua singularidade e o fato de que Sua glória não pode ser compartilhada com ídolos ou qualquer outra criação.

 

Além disso, no Salmo 115:1, encontramos a seguinte afirmação: “Não a nós, SENHOR, nenhuma glória para nós, mas sim ao teu nome, por teu amor e por tua fidelidade!” Esse verso ressalta a centralidade de Deus como o objeto supremo de louvor e adoração. Nossa honra e glória devem ser direcionadas ao Senhor, não a nós mesmos.

 

O Novo Testamento também destaca a doutrina da “Glória somente a Deus” de forma clara e inequívoca. O apóstolo Paulo, em sua carta aos Romanos, destaca a suficiência divina na salvação e na obra redentora de Cristo, conforme texto de Romanos 11:36. Aqui, Paulo reconhece que tudo vem de Deus, por meio de Cristo, e é para a glória do Senhor, assim vejamos:

1.     Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. Observe que Paulo enfatiza que Deus é a origem de todas as coisas, o criador de todo o universo. Ele é a fonte de tudo o que existe, tanto visível quanto invisível. Boice (2003) diz que Romanos 11:36 ensina que todas as coisas no universo vêm de Deus, vieram à existência e são sustentadas através do poder criador de Deus e são para a glória de Deus. 

2.     Dele. Todas as coisas vêm de Deus. Ele é o Criador e o doador de vida. Na narrativa da criação no livro de Gênesis, vemos Deus falando e trazendo à existência tudo o que existe. Nada surgiu sem Sua vontade ou iniciativa.

3.     Por ele. Essa expressão aponta para o fato de que todas as coisas têm sua causa e propósito em Deus. Ele é o agente principal e ativo em todas as ações e eventos do universo. Nada acontece sem que Deus esteja no controle, dirigindo os acontecimentos de acordo com Seu plano e propósito.

4.     Para ele. Aqui, Paulo destaca que todas as coisas têm seu fim último em Deus. Todo o propósito da criação é direcionado para a glória e a vontade de Deus. Tudo que existe tem seu sentido e finalidade em contribuir para a manifestação da majestade e perfeição de Deus. Essa afirmação de Paulo reflete uma perspectiva teológica conhecida como “teocentrismo”. Nessa visão, Deus está no centro de toda a realidade e é a referência fundamental para a compreensão de tudo. Todas as coisas são vistas em relação a Deus, Sua vontade, Sua glória e Seus propósitos. Essa cosmovisão contrasta com outras perspectivas, como o antropocentrismo, que coloca o ser humano no centro e tende a interpretar todas as coisas em relação a si mesmo, desconsiderando a supremacia de Deus.

5.     A ele seja a glória para sempre. A conclusão do verso é uma doxologia, uma expressão de louvor e adoração a Deus. Paulo reconhece que, uma vez que tudo vem de Deus, por meio de Deus e é para Deus, é a Ele que toda a glória deve ser atribuída. A grandeza de Deus é insondável, e Seu plano redentor é magnífico. Essa declaração reafirma a absoluta dignidade e majestade de Deus, chamando a atenção para o fato de que Ele é digno de louvor, adoração e glória eternamente.

Outro texto relevante encontra-se na primeira carta de Paulo a Timóteo 1:17, que diz: “Ao Rei eterno, o Deus único, imortal e invisível, sejam honra e glória para todo o sempre. Amém.” Nesse versículo, Paulo exalta a eternidade de Deus e Sua invisibilidade, declarando que toda honra e glória devem ser atribuídas somente a Ele.

 

A doutrina da “Glória somente a Deus” também está intrinsicamente relacionada com a ideia da justificação pela fé. O apóstolo Paulo, na carta aos Efésios, destaca que a salvação é um dom de Deus, não obra humana, para que ninguém se glorie (Efésios 2:8-9).

 

Em síntese, a doutrina da “Glória somente a Deus” é uma verdade bíblica incontestável e fundamental. Ela enfatiza a supremacia e a majestade de Deus, revelando Sua glória única e exclusiva. As Escrituras tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, confirmam essa doutrina, evidenciando que toda honra, glória e louvor pertencem somente ao Criador. Como seres humanos, nossa resposta adequada a essa verdade é viver em adoração e obediência a Ele, reconhecendo que somos completamente dependentes de Sua graça e amor incondicional.

 

Portanto, ao meditarmos na Bíblia, somos lembrados da grandiosidade de Deus e de nosso papel como criaturas a render a Ele toda a glória, louvor e honra. Essa compreensão deve permear todos os aspectos de nossa vida, guiando-nos a uma adoração sincera e uma busca constante pela vontade do Senhor, que é digno de receber a glória para todo o sempre. Aleluia!

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Sola Scriptura - Solus Christus - Sola gratia - Sola fide e Soli Deo glória


Referência:

BOICE, J.M. O evangelho da graça: a aventura de restaurar a vitalidade da igreja com as doutrinas bíblicas que abalaram o mundo. São Paulo: Cultura Cristã, 2003.