domingo, 30 de julho de 2023

As tempestades da vida: reflexões teológicas

 

Está escrito:

“O SENHOR, porém, fez soprar um forte vento sobre o mar, e caiu uma tempestade tão violenta que o barco ameaçava arrebentar-se” (Jonas 1:4).

 

Todos nós experimentamos em algum momento de nossa jornada o que podemos chamar de “tempestades da vida” que são eventos inevitáveis. Essas adversidades podem assumir diversas formas, como problemas financeiros, doenças, perdas afetivas, conflitos interpessoais e desafios emocionais. Do ponto de vista teológico, as tempestades da vida têm sido objeto de reflexão e análise em várias tradições religiosas, oferecendo consolo, sabedoria e esperança para enfrentar essas provações. Nesta breve reflexão, exploraremos alguns argumentos teológicos para nos ajudar a compreender o propósito e o significado dessas tempestades e como podemos encontrar força e renovação mesmo em meio às dificuldades. Assim vejamos cinco aspectos das tempestades em nossa vida: 

 

1. A natureza da existência humana. As tempestades da vida são inerentes à condição humana. Desde os tempos mais remotos, as escrituras têm ilustrado a fragilidade da vida humana e inevitabilidade de enfrentar adversidades. A Bíblia, por exemplo, nos mostra que as tempestades servem como lembretes de nossa dependência de Deus e da necessidade de humildade diante de Sua soberania. Ao reconhecermos a natureza transitória da vida terrena, somos incentivados a buscar a Deus e a valorizar as coisas eternas acima das temporais. 

 

O salmista diz: “Na sua aflição, clamaram ao SENHOR, e ele os tirou da tribulação em que se encontravam. Reduziu a tempestade a uma brisa e serenou as ondas” (Salmos 107:28-29). Esse clamor reflete a consciência da necessidade de ajuda divina em um momento de grande perigo e desamparo. Os marujos reconheceram que, sozinhos, não conseguiriam lidar com a situação e, portanto, buscaram a Deus como sua fonte de auxílio. E a resposta divina ao clamor foi a intervenção e o livramento por parte de Deus. O Senhor ouviu o apelo dos aflitos, demonstrando Sua compaixão e poder ao livrá-los da tempestade e do perigo iminente. Deus, em Sua soberania sobre a natureza, agiu para interromper a tempestade e restaurar a calmaria.

 

2. O papel das tempestades como testes e purificação. Em diversas tradições religiosas, as tempestades são vistas como testes de fé, caráter e determinação. Assim como uma tempestade pode fortalecer uma árvore ao balançá-la vigorosamente, as dificuldades da vida têm o potencial de aprimorar o ser humano. Através das tempestades, podemos desenvolver resiliência, compaixão e empatia pelos outros que também enfrentam desafios. Além disso, as tempestades purificam nossos corações, revelando nossas imperfeições e incentivando-nos a buscar a transformação e a santificação. 

 

Deus falando com o povo de Israel através do profeta Isaías, diz: “Veja, eu refinei você, embora não como prata; eu o provei na fornalha da aflição” (Isaías 48:10). Ele compara o processo de refinamento deles com o processo de purificação da prata, mas ressalta que não é um refinamento comum, como o da prata em um fogo comum. Em vez disso, Deus escolheu purificar Seu povo por meio da “fornalha da aflição”. Isso indica que as adversidades e tempestades da vida têm o propósito de testar e purificar o caráter e a fé do povo de Deus, tornando-os mais santos e fiéis a Ele.

 

3. A busca por sentido e propósito. As tempestades da vida frequentemente nos levam a questionar o sentido e o propósito da existência. Nesses momentos de crise, a Bíblia pode fornecer uma âncora para a alma inquieta, revelando um Deus que está presente, mesmo em silêncio, mas está atuante nos momentos mais difíceis. Através das tempestades, somos convidados a explorar nosso propósito pessoal e a considerar como nossas experiências podem ser usadas para servir aos outros e ao bem maior. 

 

4. O conforto de Deus nas tempestades. A Bíblia também nos oferece uma mensagem de consolo para aqueles que enfrentam tempestades na vida. Em várias tradições, Deus é retratado como um refúgio e fortaleza para os necessitados. Através da oração e da comunhão com Deus, podemos encontrar paz e segurança mesmo em meio à tormenta. A esperança na providência divina nos encoraja a confiar que, independentemente da intensidade da tempestade, Deus está presente e cuida de nós. 

 

Certa vez, o profeta Elias estava em uma jornada em busca de sentido e propósito em meio a uma situação de desespero e exaustão emocional, conforme relato em 1 Reis 19:11-12. Ele se retira para o monte Horebe, onde busca a presença de Deus. A passagem descreve uma série de fenômenos poderosos, como vento fortíssimo, terremoto e fogo, mas o texto destaca que o Senhor não estava nesses elementos. Entretanto, após essas manifestações grandiosas, surge “o murmúrio de uma brisa suave”. Nesse momento, Elias percebe a presença de Deus e recebe orientação, encontrando sentido e propósito para sua jornada e missão. 

 

Essa passagem nos ensina que, em nossas próprias jornadas em busca de sentido e propósito, é importante não apenas buscar respostas nas circunstâncias tumultuadas da vida, mas também dedicar tempo para ouvir a voz de Deus na tranquilidade e na simplicidade, em que muitas vezes Ele se revela de forma mais clara e significativa.

 

5. A transformação pela graça. A teologia da graça também oferece uma perspectiva poderosa sobre as tempestades da vida. As dificuldades podem nos tornar sensíveis à graça de Deus, revelando Sua presença e amor mesmo em meio ao caos. Através da graça divina, podemos encontrar força e coragem para enfrentar as adversidades e aprender a crescer em meio à dor. A teologia da graça nos ensina que não estamos sozinhos em nossas lutas e que Deus caminha conosco através de cada tempestade. Aprendamos a depender de Deus e a encontrar consolo e fortaleza na Sua graça, percebendo que é nessa dependência que Seu poder se manifesta em nós de maneira plena e transformadora.

 

Concluímos afirmando que, as tempestades da vida são uma realidade em nossa caminhada. Mas, a Palavra de Deus oferece perspectivas convincentes sobre o significado e propósito dessas adversidades, incentivando-nos a encontrar força, esperança e transformação mesmo em meio aos momentos mais difíceis. Ao abraçar a natureza humana e o papel das tempestades como testes e purificação, buscamos encontrar conforto divino e sentido em meio à crise. Através da graça de Deus, podemos enfrentar as tempestades com coragem, sabendo que não estamos sozinhos e que há um propósito maior além da tormenta. 

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Sola Scriptura - Solus Christus - Sola gratia - Sola fide e Soli Deo glória

domingo, 23 de julho de 2023

Trazendo luz ao silêncio de Deus

 


Está escrito:

“A ti eu clamo, SENHOR, minha Rocha; não fiques indiferente para comigo. Se permaneceres calado, serei como os que descem à cova” (Salmos 28:1).

 

Desde tempos imemoriais, os seres humanos têm buscado respostas para as grandes questões da vida, como a existência de um ser supremo, o propósito da vida e a fonte de força e proteção. A religião tem desempenhado um papel fundamental nessa busca, fornecendo uma estrutura de crenças e princípios que orientam as pessoas em sua jornada espiritual. Nesse sentido, o Salmo 28:1, oferece uma perspectiva teológica rica e profunda sobre a fonte divina de força e proteção. Nesta reflexão, exploraremos os argumentos teológicos presentes nesse versículo e sua relevância para a compreensão da relação entre o homem e Deus.

 

As palavras proferidas no Salmo 28:1, expressam uma profunda confiança na presença de Deus como fonte de força e proteção. Neste versículo, o salmista está orando a Deus por ajuda. Ele diz que se Deus não responder, ele será como os mortos. Esta é uma metáfora para o fato de que o salmista sente que está perdendo a esperança. Ele não sabe o que fazer e precisa da ajuda de Deus. Então, vamos analisar os argumentos teológicos presentes neste versículo sob três aspectos:

 

1. A invocação ao SENHOR. Observe que o salmista começa sua oração clamando ao SENHOR. Essa invocação é um ato de fé, reconhecendo a existência de um Ser Supremo que tem o poder de responder as orações e suprir as necessidades humanas. O ato de clamar revela a busca pela comunhão com o divino e a dependência da orientação e auxílio de Deus. Então, “clame a mim no dia da angústia; eu o livrarei, e você me honrará” (Salmos 50:15).

 

2. A "Rocha" como símbolo de força e estabilidade. O salmista se refere a Deus como sua rocha. Esse símbolo tem um significado profundo na teologia bíblica. Uma rocha é uma estrutura sólida, imutável e que oferece proteção. Ao chamar Deus de sua rocha, o salmista reconhece que somente Ele é capaz de proporcionar segurança e estabilidade em meio às adversidades da vida. Deus é a base sólida a qual podemos construir nossas vidas. Assim, também podemos dizer: “O SENHOR é a minha fortaleza e meu libertador; o meu Deus é o meu rochedo, em quem me refúgio. Ele é o meu escudo e o poder que me salva, a minha torre alta” (Salmos 18:2).

 

3. A confiança na comunicação divina. O salmista expressa o temor de que Deus permaneça em silêncio, sem responder a seu clamor. Essa preocupação revela a importância da comunicação entre o homem e Deus. A busca pelo diálogo com Deus é um aspecto central da vida espiritual, pois é nesse encontro que encontramos orientação, consolo e força. A confiança na comunicação com Deus fortalece a fé e permite que a presença de Deus seja experienciada de forma pessoal e transformadora. O sábio diz: “Confie no SENHOR de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento” (Provérbios 3:5).

 

Eu sei que não é fácil para ninguém passar por um momento de aflição e sentir o silêncio de Deus. É uma experiência desafiadora e angustiante. Eu vivi momentos extremos de turbulência emocional e é natural que, nesses momentos, busquemos respostas imediatas aos nossos questionamentos e receber um conforto espiritual. Você ora, clama, mas não acontece nada. Então, o que fazer diante do silêncio de Deus? Aqui estão algumas sugestões sobre o que fazer nesse cenário:

 

1. Permaneça firme na fé. É essencial manter a fé e a confiança em Deus. Não esqueça de que o silêncio de Deus não significa Sua ausência. Ele pode estar trabalhando de maneiras que não conseguimos compreender ou perceber no momento. Mas, continue buscando Sua presença e Seu propósito em sua vida, confiando que Ele está ao seu lado, mesmo que você não sinta ou ouça Sua resposta imediatamente. Gosto dessa exortação do apóstolo Paulo, quando diz: “Estejam vigilantes, mantenham-se firmes na fé, sejam homens de coragem, sejam fortes” (1 Coríntios 16:13).

 

2. Busque a presença de Deus. Em vez de se concentrar apenas nas respostas ou no silêncio aparente, concentre-se em buscar uma conexão mais profunda com Deus. Isso pode ser feito por meio da oração, meditação, leitura da Bíblia ou participação em comunidades de fé. Ao invés de buscar respostas específicas, busque a presença de Deus e a paz que vem com Ele. Essa busca pode ajudar a fortalecer sua espiritualidade e trazer conforto mesmo em meio à aflição. O profeta Jeremias diz: “Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração” (Jeremias 29:13).

 

3. Busque apoio espiritual e emocional. Em momentos difíceis, é importante não enfrentar tudo sozinho. Busque apoio do seu líder religioso ou conselheiro espiritual, amigos de fé ou pessoas de sua confiança que possam ajudá-lo a lidar com seus sentimentos e dúvida. Isso foi muito importante para mim. Compartilhar suas lutas e preocupações com outras pessoas nos traz conforto, perspectivas diferentes e encorajamento em nossa jornada espiritual. Paulo escrevendo aos Gálatas disse: “Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo” (Gálatas 6:2).

 

4. Aceite a incerteza e confie no plano divino. Nem sempre temos respostas imediatas para nossas aflições e dúvidas. Nesses momentos, é importante aceitar a incerteza e confiar no plano divino, sabendo que Deus está trabalhando em todas as coisas para o nosso bem. Lembre-se de que o tempo de Deus pode ser diferente do nosso, e Ele pode ter propósitos e planos que estão além de nossa compreensão no momento presente. “Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o SENHOR, planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro” (Jeremias 29:11).

 

Lembre-se de que cada pessoa e cada experiência espiritual é única. O silêncio de Deus pode ser um convite para um crescimento espiritual mais profundo e uma confiança mais sólida em Sua presença, eu te digo isso porque tenho experimentado essa realidade em minha vida. Esteja aberto para aprender e crescer nesses momentos, confiando que Deus está ao seu lado, mesmo quando parece silencioso.

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

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domingo, 16 de julho de 2023

O que a Bíblia ensina sobre finanças


 

Está escrito:

“Deem e será dado a vocês: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem também será usada para medir vocês” (Lucas 6:38).

 

Ao longo da minha carreira acadêmica tive a oportunidade de estudar Administração, cheguei ao bacharelato e Deus me deu o privilégio de ensinar essa matéria no curso de graduação em Enfermagem. A administração é uma ciência multidisciplinar que incorpora elementos de diversas ciências, dos quais a gestão de finanças é uma das mais relevantes, pois utiliza diversas ferramentas para auxiliar o gestor na utilização dos seus recursos. 

 

Mas, o meu propósito aqui não é refletir sobre os aspectos da administração nas finanças, mas o que a Bíblia ensina sobre finanças. Na realidade, a Bíblia é um manual de princípios eternos aplicados a vida do cristão. E, curiosamente, dentre os diversos temas abordados as finanças são mencionadas, obviamente não com esse termo, mas encontra-se implícito nos vários princípios e ensinamentos que podem ser contextualizados nas finanças pessoais, assim vejamos:

 

1. Mordomia: A Bíblia ensina que Deus é o dono de tudo e nós somos mordomos responsáveis pelos recursos que Ele nos confiou. Isso nos lembra da importância de administrar nossas finanças com sabedoria e responsabilidade. “Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31). Embora este versículo não mencione diretamente a palavra “mordomia”, ele destaca o princípio de que somos responsáveis por tudo o que fazemos e devemos agir de maneira que glorifique a Deus. Isso inclui como administramos nossos recursos, como gastamos nosso dinheiro e como utilizamos nossos talentos.

 

2. Trabalho diligente: A Bíblia incentiva o trabalho diligente como forma de prover para as necessidades próprias e da família. Ela nos adverte contra a preguiça e destaca a importância do esforço constante. “O preguiçoso logo empobrece, mas os que trabalham com dedicação enriquecem” (Provérbios 10:4). Esse versículo destaca a importância do trabalho diligente e mostra que aqueles que se esforçam e se dedicam em suas atividades têm mais chances de prosperar e alcançar sucesso financeiro.

 

3. Generosidade: A Bíblia ensina que devemos ser generosos e compartilhar com os outros. Isso inclui dar ofertas, ajudar os necessitados e praticar a justiça social. A generosidade é vista como uma resposta ao amor e à bondade de Deus. O versículo de Lucas 6:38 destaca o princípio de que, quando somos generosos e damos aos outros, Deus abençoa abundantemente. Ele nos encoraja a compartilhar com os outros e promete que seremos recompensados de acordo com à medida que usamos para dar.

 

4. Evitar dívidas excessivas: A Bíblia adverte sobre os perigos da dívida e a escravidão que ela pode trazer. Ela nos incentiva a viver dentro de nossos meios e evitar assumir dívidas excessivas que possam nos sobrecarregar financeiramente. “O rico domina sobre o pobre, e o que toma emprestado é servo do que empresta” (Provérbios 22:7).

 

5. Contentamento: A Bíblia nos ensina a encontrar contentamento em Deus e nas coisas espirituais, em vez de buscar a felicidade apenas nas riquezas materiais. Isso nos ajuda a evitar a ganância, a buscar prioridades adequadas e a viver com gratidão. “Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4: 12-13).

 

6. Fidelidade: A Bíblia ensina sobre a prática dos dízimos e ofertas como uma forma de expressar gratidão a Deus e apoiar a obra de Deus. Essa prática envolve entregar uma parte de nossos rendimentos para Deus e confiar em Sua provisão. “Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova, diz o Senhor dos Exércitos, e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês bênçãos que nem terão onde guardá-las” (Malaquias 3:10).

 

É importante lembrar que esses princípios não são fórmulas mágicas para o sucesso financeiro, mas diretrizes sábias que podem nos ajudar a administrar nossas finanças com sabedoria e honrar a Deus em nossas escolhas financeiras. Outros conselhos importantes no âmbito da individualidade do cristão são:

1.     Não viva às custas dos outros: “Você comerá do fruto do seu trabalho e será feliz e próspero” (Salmos 128:2).

2.     Viva do seu trabalho: “Quando ainda estávamos com vocês, nós ordenamos isto: Se alguém não quiser trabalhar, também não coma” (2 Tessalonicenses 3:10).

3.     Trabalhe para Deus: “Tudo que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo” (Colossenses 3:23-24).

4.     Ganhe dinheiro honestamente: “Feliz o homem que empresta com generosidade e que com honestidade conduz seus negócios” (Salmos 112:5).

5.     Planeje seus gastos: “Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? (Lucas14:28).

6.     Poupe: “Na casa do sábio há comida e azeite armazenados, mas o tolo devora tudo o que pode” (Provérbios 21: 20).

7.     Contente-se com o que tem: “Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: Não o deixarei, nunca o abandonarei” (Hebreus 13:5).

8.     Não ame o dinheiro: “Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos” (1Timóteo 6:10).

 

A Bíblia é fascinante e tem muitas coisas a nos ensinar para o nosso dia a dia. Cada vez que estudamos a Palavra de Deus sempre aprendemos novidades para nossa edificação e prática de vida.

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

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domingo, 9 de julho de 2023

As exigências do SENHOR(YAHWEH)

 


Está escrito:

“Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o SENHOR exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus” (Miqueias 6:8).

 

A Bíblia nos ensina que Deus é bom, aliás tudo que Deus criou é bom. A bondade é um atributo que revela o caráter de Deus. Mas, apesar de Deus mostrar o que é bom, Ele também faz algumas exigências. O texto do profeta Miqueias 6:8, refere-se aos mandamentos, princípios e diretrizes que Deus estabelece para a conduta e a vida dos Seus filhos. Essas exigências são fundamentadas na natureza e no caráter de Deus, revelados nas Escrituras Sagradas.

 

E o que Deus exige de nós cristãos nos dias de hoje? Os princípios de Deus são imutáveis, ou seja, foram aplicados ao povo de Israel no tempo do profeta Miqueias e são aplicáveis em nosso tempo, não somente para o Israel de hoje, mas também a Sua igreja dispersa em todo o mundo. Esse versículo sintetiza a mensagem teológica central de Miqueias e o que Deus exige de nós pode ser compreendida da seguinte forma:

 

1. Praticar a justiça – a ênfase é na importância da justiça social. Deus espera que as pessoas ajam corretamente e tratem todos com justiça, respeito e ética, especialmente, os mais vulneráveis e marginalizados da sociedade. Isso envolve agir com retidão e equidade, cumprindo os mandamentos de Deus e buscando a promoção do bem-estar e dos direitos dos outros. 

O Teólogo e Pastor R.C. Sproul, afirma que Deus requer de nós paixão pela justiça e pela retidão – não apenas um interesse teórico pela justiça, mas que façamos justiça.  Jesus repetiu essa prioridade quando sintetizou as bem-aventuranças dizendo: “Mas buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33). 

 

2. Amar a fidelidade – é uma expressão que pode ser entendida como um chamado para valorizar e praticar a lealdade, a confiabilidade e a fidelidade em nossos relacionamentos e compromissos. No contexto bíblico, a fidelidade é um atributo de Deus e é esperado que sejamos nós fiéis. Em outras versões bíblicas encontramos “ame a misericórdia” ou “aja com amor fiel” ou “ame com lealdade”. Perceba que são atributos de Deus. A lealdade é construída sobre o amor fiel, um amor que não se desintegra diante do primeiro insulto ou fracasso. O amor leal é um amor com o qual podemos contar (SPROUL, 2022). 

Portanto, amar a fidelidade implica em ser fiel e confiável em nossas palavras e ações, cumprindo nossos compromissos e promessas. Significa ser íntegro, honesto e verdadeiro em todas as áreas da vida, mantendo a palavra dada e demonstrando lealdade e confiança aos outros. O Salmista diz: “Pois o teu amor está diante dos meus olhos, e ando na tua fidelidade” (Salmos 26:3). Nesse versículo, o salmista expressa o seu compromisso em caminhar na fidelidade de Deus, reconhecendo o Seu amor como um modelo a ser seguido, isso implica em amar e valorizar a fidelidade como um princípio importante em nossa vida. 

 

3. Andar humildemente com Deus – neste versículo, Miqueias resume as expectativas de Deus para conosco. O chamado para “andar humildemente com o teu Deus” significa ter uma atitude de humildade, submissão e reverência diante de Deus. Para Spruol (2022), andar humildemente com Deus pressupõe que a pessoa entenda quem Deus é. Isso implica o reconhecimento de Sua autoridade soberana. Pressupõe que entendamos que nós somos criaturas e Ele é o Criador. Também resulta na devoção, comunhão, companheirismo – todas essas coisas sobre as quais se estabelece um relacionamento pessoal com Deus.

Esse versículo enfatiza ainda que a humildade é uma qualidade essencial para o relacionamento com Deus, pois nos lembra da nossa posição diante da santidade de Deus. Andar humildemente com Deus nos leva a buscar a Sua vontade, seguir os Seus caminhos e viver em comunhão íntima com Ele.

 

Do ponto de vista teológico, a compreensão dessas exigências do SENHOR baseia-se em algumas premissas importantes, a saber:

o   Santidade e justiça de Deus: Deus é santo e justo em todas a Sua essência. Suas exigências refletem Sua natureza perfeita e visam estabelecer um padrão elevado de retidão e santidade para os crentes.

o   Revelação nas Escrituras: Deus revela Suas exigências por meio da Bíblia, que contêm os mandamentos e princípios que ele estabeleceu para orientar a vida e o relacionamento humano.

o   Obediência e relacionamento com Deus: as exigências do SENHOR não são apenas regras arbitrárias, mas são um convite para um relacionamento íntimo com Deus. A obediência às Suas exigências expressa amor, confiança e submissão a Ele.

o   A graça e o perdão de Deus: embora as exigências do SENHOR apontem para a necessidade de santidade e justiça, também revelam a misericórdia e a graça de Deus. Ter essa compreensão nos leva a reconhecer nossa incapacidade de cumpri-las perfeitamente e a depender da graça e do perdão de Deus para sermos restaurados e reconciliados com Ele.

 

Em resumo, a reflexão no texto do profeta Miqueias nos chama a uma vida de justiça, fidelidade e humildade diante de Deus. Enfatiza a importância de agir corretamente em nossas relações com os outros, demonstrar compaixão e amor pelos que nos cercam e manter uma postura de submissão e obediência a Deus. Esses princípios têm implicações teológicas significativas, pois refletem o caráter de Deus e a maneira como Ele deseja que nós vivamos. 

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Sola Scriptura - Solus Christus - Sola gratia - Sola fide e Soli Deo glória


Referência:

SPROUL, R.C. Em busca de significado: vendo a imagem de Deus no homem. São Paulo: Vida Nova, 2022. 

domingo, 2 de julho de 2023

A promessa Divina de esperança e um futuro promissor


 

Está escrito:

“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro” (Jeremias 29:11).

 

A Bíblia é uma fonte de inspiração e ensinamentos para milhões de pessoas em todo o mundo, e suas passagens oferecem uma riqueza de significado e orientação para diferentes aspectos da vida humana. Entre essas passagens, destaca-se Jeremias 29:11, que traz uma promessa de esperança e um olhar para o futuro. Nessa perspectiva, exploraremos essa passagem sob um enfoque teológico, buscando compreender seu contexto, significado e aplicação em nossa vida diária.

 

Aliás, sua vida hoje é como você imaginava que ela seria? A minha não, jamais imaginei viver o que vivo hoje. Me sinto como se estivesse no exílio babilônico. Acredito que muita gente esteja passando por isso também. Somente Deus conhece o futuro e os planos que Ele tem para cada um de nós. Mas, apesar de enfrentarmos decepções e dificuldades, há uma coisa que podemos saber com certeza: os planos de Deus para nós são de paz e não de mal. 

 

Então, qual o significado da promessa em Jeremias 29:11? O contexto histórico é de exílio do povo de Israel na Babilônia. Essa promessa expressa a fidelidade e o cuidado de Deus por Seu povo, mesmo em tempos difíceis. Ela oferece conforto e confiança, lembrando-os de que Deus tem um plano para suas vidas e que Ele está no controle, mesmo quando as circunstâncias parecem desfavoráveis. 

 

É importante destacar que a promessa de esperança em Jeremias 29:11 também nos lembra da importância da obediência e da busca de Deus. Abra sua Bíblia e leia o versículo anterior, Deus instrui o povo a buscar a Sua face e orar a Ele. Assim, a promessa está condicionada à nossa disposição de nos relacionarmos com Deus e seguir Seus caminhos. Ela nos desafia a não desistir, mas a permanecer firmes na fé, sabendo que Deus está nos conduzindo para um futuro de esperança e plenitude. 

 

Buscar a Deus implica em cultivar um relacionamento íntimo com Ele, por meio da oração, estudo da Palavra e obediência aos Seus mandamentos. À medida que buscamos a Deus, Ele nos guiará em direção ao Seu plano para nós. Mesmo que possamos enfrentar desafios e obstáculos ao longo do caminho, a promessa de esperança nos assegura que Deus está conosco, nos fortalecendo e nos capacitando para enfrentar qualquer situação. Você crê nisso? Aleluia!

 

Observe ainda que em Jeremias 29:11 tem três promessas de planos de Deus para os seus, assim vejamos:

1.     Planos de fazê-lo prosperar. Deus deseja trazer bem-estar e sucesso para os seus filhinhos. No entanto, os planos de prosperidade mencionados não devem ser confundidos com uma promessa de riquezas materiais ou sucesso materialista. A ideia é que Deus tem um propósito e um plano para o nosso bem-estar, que vai além das circunstâncias imediatas e difíceis que nós enfrentamos. A prosperidade inclui diferentes aspectos da vida, como crescimento espiritual, maturidade emocional, relacionamentos saudáveis, sucesso em cumprir os propósitos de Deus e experimentar Sua graça e bênçãos. Mas, você precisa saber que essa promessa de prosperidade não elimina completamente as dificuldades e desafios que podemos enfrentar na vida. 

    2.  Planos de dar esperança. Esse plano revela a natureza compassiva e amorosa de Deus. Ele deseja dar esperança mesmo diante de circunstâncias difíceis que estejamos enfrentando. Deus é o Deus da esperança, e Ele está comprometido em trazer consolo, encorajamento e expectativa positiva para aqueles que confiam nEle. Essa esperança vai além de meramente uma atitude otimista ou um sentimento passageiro. É uma esperança fundamentada na confiança em Deus, em Seu caráter e em Sua promessa de estar presente e agir em nosso favor. Essa esperança está enraizada na fé de que Deus é capaz de trazer redenção, restauração e um futuro melhor, mesmo em meio à adversidade.

     3. Planos de dar um futuro. Quando Deus menciona “planos de dar um futuro”, Ele está comunicando que tem um propósito definido e uma trajetória preparada para nossa vida. Esses planos não se limitam apenas ao presente momento difícil, mas visam uma perspectiva mais ampla e a longo prazo. Deus deseja dar aos seus filhinhos uma esperança de um futuro significativo e repleto de bênçãos. Esses planos de futuro estão intimamente ligados à vontade de Deus para sua vida. Eles podem incluir direcionamento, provisão, crescimento espiritual, cumprimento de propósitos divinos e experimentar o pleno desenvolvimento de seus dons e talentos. Deus promete que Ele está ativamente envolvido em nos orientar e guiar em direção a um futuro que glorifique o Seu nome.

Em resumo, a passagem de Jeremias 29:11, nos lembra que, independentemente das circunstâncias em que nos encontramos, podemos ter esperança em Deus. Ele é o Deus que conhece nossos planos, que nos ama e deseja o nosso bem. Assim, podemos confiar nEle e buscar Sua vontade em todas as áreas de nossa vida, sabendo que Ele nos conduzirá em direção a um futuro repleto de esperança, propósito e bênçãos.

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Soli deo gloria