domingo, 29 de outubro de 2023

A presença de Deus e a proteção Divina


 

Está escrito:

“O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio” (Salmos 46:7)

 

O livro de Salmos é uma coletânea de cânticos e poemas que expressam uma variedade de emoções humanas e uma profunda busca por Deus. O Salmo 46 é especialmente significativo por oferecer uma mensagem de confiança e segurança em meio às adversidades e desafios da vida. No versículo 7, o salmista nos traz à tona uma afirmação poderosa e importantes conceitos teológicos sobre a presença de Deus e a proteção divina.

 

O Salmo 46 é atribuído aos filhos de Corá e é um hino que celebra a soberania e o poder de Deus. O salmista descreve uma série de situações caóticas e ameaçadoras, tais como terremotos, montanhas se abalando e nações em tumulto. Apesar dessas circunstâncias, o salmista declara que Deus é um refúgio e fortaleza, uma ajuda bem presente nas tribulações. 

 

É dentro desse contexto que o versículo 7 destaca a crença na presença contínua e imanente de Deus entre Seu povo. A expressão “SENHOR dos Exércitos” enfatiza o poder e a soberania de Deus sobre todas as coisas, inclusive sobre as hostes celestiais. Ele é o comandante supremo de uma miríade de anjos e exércitos espirituais. Ao afirmar que o SENHOR dos Exércitos está conosco, o salmista nos lembra que Deus não é um ser distante e indiferente, mas sim alguém que escolhe habitar no meio de Seu povo, envolvendo-os com Sua presença amorosa e protetora, mesmo em meio às situações mais difíceis e caóticas, Deus está conosco como uma presença real e efetiva.

 

Observe que a afirmação “está conosco” sugere uma presença íntima e pessoal, nos lembrando do cuidado dEle por nossas vidas, por causa da influência do pecado, do mal que nos rodeia e que constantemente tenta nos fazer andar sozinhos. Deus está ao seu lado, o Todo Poderoso decidiu estar com você. A presença de Deus ao seu lado garante a segurança, a paz e a proteção de todo mal. Deus não é um ser distante, mas escolhe estar presente e atuante na vida dos seus filhinhos. Ele caminha conosco em cada passo da jornada, nos consolando nas tristezas, nos fortalecendo nas fraquezas e nos guiando em meio às incertezas. 

 

Essa ideia de que Deus está ao nosso lado também é reforçada em outras passagens bíblicas, como em Isaías 41:10, que diz: “Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa”. Aleluia!

 

Todavia, a presença de Deus ao nosso lado não é garantia de que estaremos livres de todas as dificuldades e provações, mas nos assegura que não estamos sozinhos em meio a elas. Ele é nossa proteção e amparo, e podemos confiar plenamente em Seu cuidado constante. Essa certeza nos encoraja a enfrentar os desafios da vida com coragem e esperança, sabendo que temos o Deus Todo-Poderoso ao nosso lado.

 

O verso 7 ainda enfatiza que “o Deus de Jacó é o nosso refúgio”. Essa declaração ressalta o caráter protetor de Deus em relação ao Seu povo escolhido. A teologia da proteção de Deus aponta para o amor incondicional de Deus e Sua disposição de zelar pelos que O buscam. Obviamente que essa proteção não implica ausência de sofrimentos, mas sim a certeza de que, em meio a essas dificuldades, Deus é um refúgio seguro e uma fortaleza invencível. Glória a Deus!

 

Além disso, a teologia da proteção de Deus destaca que Ele não está limitado por tempo ou espaço, podendo agir simultaneamente em todas as esferas da existência. Essa compreensão promove um senso de proximidade com o divino e encoraja a confiança inabalável, independentemente das circunstâncias. Saber que Deus está conosco em cada passo da jornada da vida traz consolo e segurança para enfrentarmos as incertezas e desafios que se apresentam.

 

Assim, a ideia de proteção divina vai além das ameaças físicas e materiais. A proteção de Deus também abrange a esfera espiritual, pois Ele cuida das nossas almas e nos guarda de cairmos em tentações e afastarmo-nos do caminho da retidão. Essa proteção espiritual fortalece a nossa vida de comunhão com Deus e nos capacita a vivermos em harmonia com Sua vontade.

 

Em resumo, o Salmo 46:7 nos traz ensinamentos teológicos profundos sobre a presença de Deus e a proteção divina. A crença na presença constante e imanente de Deus entre nós nos dá segurança e encoraja a confiar nEle em todas as circunstâncias. A compreensão de que Deus é nossa proteção fortalece a nossa fé, mesmo quando enfrentamos dificuldades e desafios. Em meio às adversidades da vida, encontramos esperança e conforto ao nos lembrarmos de que o SENHOR dos Exércitos está conosco, e o Deus de Jacó é nosso refúgio. Que essa verdade teológica nos inspire a viver em plena confiança na presença e proteção do nosso Deus.

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Sola Scriptura - Solus Christus - Sola gratia - Sola fide e Soli Deo glória

domingo, 22 de outubro de 2023

A confiança em Deus e sua soberania


 

Está escrito:

“Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá” Salmos 37:5

 

O Salmo 37 é uma poderosa expressão de confiança em Deus e Sua soberania, escrito pelo rei Davi. Neste salmo, o verso 5 destaca-se como uma exortação à confiança e entrega total ao Senhor. Essas palavras inspiradoras carregam um profundo significado teológico que nos convida a refletir sobre a natureza de Deus, Sua fidelidade e a postura que devemos adotar em relação a Ele.

 

Observe que o versículo 5 do Salmo 37, começa com a chamada para “entregar o teu caminho ao Senhor”. Essa entrega implica em reconhecer que Deus é o autor de nossas vidas e que Ele possui o controle absoluto sobre todas as circunstâncias. Confiança em Deus significa abandonar nossa vontade e confiar em Sua sabedoria e providência divina. É reconhecer que, mesmo quando não compreendemos totalmente os caminhos de Deus, Ele é digno de nossa confiança inabalável.

 

Perceba ainda que o versículo continua com o convite para “confiar nele”. A confiança em Deus não é passiva, ela implica em uma ação baseada na fé. Confiamos em Deus ao obedecer aos Seus mandamentos e viver de acordo com Sua vontade revelada. Essa confiança também envolve paciência e espera. Muitas vezes, somos tentados a agir precipitadamente ou a buscar soluções rápidas para nossos problemas, mas o salmista nos ensina que devemos confiar em Deus e aguardar o Seu tempo perfeito para agir.

 

Então, como podemos na prática entregar a nossa jornada de fé e vida cristã ao Senhor? Lembre-se que entregar refere-se a um ato de render-se completamente a Deus, confiando-lhe a direção e o controle de nossa vida. Reconhecendo que Ele é o Senhor soberano, o guia perfeito para nossa vida. Aqui estão algumas orientações sobre como o cristão pode fazer essa entrega:

 

1. Reconhecendo a soberania de Deus. Reconheça que Deus é soberano e tem controle total sobre todas as coisas. Ele é o Criador e Sustentador de todas as coisas, incluindo nossas vidas. Entender Sua soberania nos ajuda a confiar que Ele conhece o melhor caminho para nós. “Teus, ó SENHOR, são a grandeza, o poder, a glória, a majestade e o esplendor, pois tudo o que há nos céus e na terra é teu. Teu, ó SENHOR, é o reino; tu estás acima de tudo. A riqueza e a honra vêm de ti; tu dominas sobre todas as coisas. Nas tuas mãos estão a força e o poder para exaltar e dar força a todos” (1 Crônicas 29:11-12).

 

2. Renda-se a vontade de Deus. Esteja disposto a renunciar ao controle e vontade própria, entregando-os a Deus. Isso envolve render-se à Sua direção e submeter-se à Sua vontade, confiando que Ele tem um plano perfeito para nossas vidas. Veja o exemplo de Jesus: “Indo um pouco mais adiante, prostou-se com o rosto em terra e orou: Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres” (Mateus 26:39).

 

3. Confie em Deus. Coloque sua confiança total em Deus, sabendo que Ele é digno de confiança e fiel em cumprir Suas promessas. Confie que Ele está trabalhando em seu favor e que Seu amor e cuidado são constantes, mesmo quando as circunstâncias parecem difíceis. “Confie no SENHOR de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento” (Provérbios 3:5).

 

4. Busque a vontade de Deus. Busque conhecer a vontade de Deus por meio do estudo da Bíblia, oração e comunhão com Ele. Peça a orientação do Espírito Santo e esteja aberto a ouvir Sua voz, procurando seguir Seus princípios e mandamentos em sua vida diária.

 

5. Renove sua mente. A renovação da mente ocorre pela Palavra de Deus que vai alinhando seus pensamentos, desejos e perspectivas com os de Deus. Isso envolve abandonar padrões e valores que não estão de acordo com a vontade divina e buscar a transformação do caráter à imagem de Cristo. “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2).

 

6. Paciência e espera. Reconheça que a entrega do caminho ao Senhor pode exigir paciência e espera. Nem sempre veremos respostas imediatas ou resultados imediatos. Às vezes, Deus trabalha em Seu tempo e de maneira que não compreendemos. A paciência e a espera são fundamentais durante esse processo. “Espere no SENHOR. Seja forte! Coragem! Espere no SENHOR” (Salmos 27:14).

 

Por fim, o Salmo 37:5 nos exorta a uma confiança inabalável em Deus, baseada em Sua soberania e fidelidade. Ao entregar nosso caminho ao Senhor e confiar nele, reconhecemos Sua autoridade sobre nossa vida e abrimos espaço para que Ele aja de acordo com Sua vontade perfeita. Essa entrega e confiança não são fáceis, especialmente em meio às adversidades e incertezas da vida, mas o salmista nos encoraja a perseverar, lembrando-nos de que Deus é digno de nossa confiança e que Ele cumprirá Sua palavra.

 

Nossa confiança em Deus transcende as circunstâncias temporais e nos fortalece espiritualmente. Ao adotarmos uma postura de entrega e confiança em Deus, somos capacitados a enfrentar as dificuldades com esperança e paz, sabendo que Ele está no controle. Que o exemplo do salmista nos inspire a entregar nossos caminhos ao Senhor, confiando plenamente em Sua bondade e poder, pois Ele é digno de toda nossa confiança e louvor.

 


Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

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domingo, 15 de outubro de 2023

Universalidade do pecado: a necessidade da graça de Deus


Está escrito:

“Não há nenhum justo, nem um sequer” (Romanos 3:10)

 

A expressão em Romanos 3:10 é uma citação do Antigo Testamento, especificamente do Salmo 14:1-3. Essa afirmação teologicamente indica a universalidade do pecado e a necessidade da salvação através da fé em Jesus Cristo.

 

No contexto teológico do livro de Romanos, o apóstolo Paulo está argumentando que todos os seres humanos, tanto judeus quanto gentios, são pecadores e estão separados de Deus. Ele está afirmando que ninguém pode alcançar a justiça diante de Deus por suas próprias obras ou méritos. 

 

Ao citar o Salmo 14, Paulo reforça seu argumento de que não há nenhum ser humano que seja completamente justo. Obviamente, que ele está se referindo à natureza pecaminosa inerente a toda a humanidade, afirmando que todos estão debaixo do pecado. A parti disso, o apóstolo defende a tese de que a salvação só pode ser alcançada através da fé em Jesus Cristo, que é a única fonte de justiça verdadeira.

 

Talvez o meu caro amigo esteja pensando, será que o indivíduo pode ser justo em suas atitudes mesmo não temendo a Deus? A resposta é sim, a pessoa pode ser justa em suas atitudes, mesmo sendo ateu. A justiça não é exclusiva de pessoas religiosas ou teístas. A capacidade de agir de forma justa e ética não depende necessariamente da crença em Deus. 

 

Portanto, a justiça pode ser entendida como agir de acordo com princípios morais e éticos, tratando os outros de maneira equitativa e respeitando seus direitos. Esses princípios podem ser baseados em uma variedade de fundamentos, como compaixão, a igualdade, o respeito pela dignidade humana, a empatia e a busca pelo bem comum.

 

Porém, quando Paulo diz que “não há nenhum justo, nem um sequer”, ele está enfatizando a incapacidade do ser humano de se salvar ou se justificar diante de Deus. Na verdade, ninguém pode alcançar a perfeição exigida pela justiça de Deus e, portanto, ninguém é capaz de se salvar por meio de suas próprias ações.

 

Contudo, essa declaração não significa que não existam pessoas que pratiquem atos morais ou éticos em sua vida cotidiana. O ponto central de Paulo é que, quando se trata da justiça perfeita de Deus e da salvação eterna, ninguém é capaz de atingir esses padrões por conta própria. Daí, a necessidade de salvação e justificação diante de Deus que é suprida por meio da fé em Jesus Cristo. Além disso, a justiça de Deus é revelada através do Evangelho, em que a pessoa é justificada gratuitamente pela graça de Deus, por meio da fé em Jesus: “Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da Lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creem” (Romanos 3:21-22). 

 

Assim, diante dos argumentos teológicos de Paulo, quais são as implicações práticas para nossa vida?

1.     A justiça de Deus nos foi revelada por meio do Evangelho. “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego. Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: o justo viverá pela fé” (Romanos 1:16-17). Nesse trecho, Paulo declara que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todos os que creem. Logo, essa justiça é obtida por meio da fé, desde o início até o fim. Através do evangelho, Deus demonstra seu plano redentor e como a salvação é alcançada por meio da fé em Jesus Cristo. Fica claro que a justiça de Deus não depende das obras humanas, é um dom divino.

2.     A graça de Deus e sua ação redentora. “Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo quando ainda estávamos mortos em transgressões – pela graça vocês são salvos” (Efésios 2:4-5). Neste verso, Paulo destaca a graça de Deus como o motivo de nossa salvação. Ele descreve que, mesmo estando espiritualmente mortos em nossos pecados, Deus, em sua rica misericórdia e amor, nos vivificou juntamente com Cristo. Em outras palavras, a salvação é um ato da graça de Deus, é um presente de Deus, resultado de seu amor e misericórdia, que nos concede a vida espiritual em Cristo. A graça de Deus é o motor da ação redentora, trazendo vida e reconciliação com Ele, apesar de nossa condição pecaminosa.

3.     A importância da fé em Jesus Cristo como meio de justificação. “Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creem. Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:22-24). Paulo ressalta que a justiça de Deus é alcançada por meio da fé em Jesus Cristo. Ele declara que não há distinção entre as pessoas, pois todos pecaram e estão separados de Deus. No entanto, a justificação é oferecida gratuitamente pela graça de Deus, através da obra redentora em Cristo Jesus. Ou seja, somente pela fé em Jesus Cristo que somos justificados diante de Deus. Portanto, a justificação é um dom gratuito de Deus, recebido através da fé e Jesus Cristo é o canal que nos conecta à justiça de Deus e à sua graça redentora.

 

Em resumo, a justiça em Romanos 3:10, destaca a condição universal da humanidade como pecadora e destaca a necessidade da graça e salvação de Deus através de Jesus Cristo para reconciliar as pessoas com Ele. Fica claro também que não podemos alcançar a salvação por nossos próprios esforços, mas somente através da fé em Cristo.

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

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domingo, 8 de outubro de 2023

O Espírito da verdade: guiando à toda verdade


Está escrito:

“Mas, quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda verdade...” (João 16:13)

 

A citação do Evangelho de João 16:13 é uma passagem em que Jesus fala aos seus discípulos sobre a vinda do Espírito Santo, que é conhecido como o “Espírito da verdade”.  Nesse contexto, Jesus está preparando seus discípulos para a sua partida e para a vinda do Espírito Santo, que seria enviado por Deus após a ascensão de Jesus ao céu, fato este ocorrido e relatado em Atos 1:8-9.

 

Do ponto de vista teológico, essa passagem enfatiza a importância do Espírito Santo na vida dos crentes. Ele é enviado por Deus para habitar nos corações dos crentes e capacitá-los espiritualmente. A função do Espírito Santo é guiar os crentes à verdade completa. Isso significa que o Espírito Santo revela e ilumina a verdade divina contida nas Escrituras e na pessoa de Jesus Cristo. Ele capacita os crentes a entenderem e aplicarem essa verdade em suas vidas.

 

A expressão “toda a verdade” pode ser interpretado de várias maneiras. Em primeiro lugar, pode se referir ao conhecimento completo e abrangente das verdades espirituais reveladas por Deus. O Espírito Santo capacita os crentes a compreenderem a vontade de Deus, a natureza de Deus, os princípios morais e éticos, bem como os mistérios da fé. 

 

Além disso, essa expressão também pode indicar o fato de que o Espírito Santo não restringe sua orientação apenas a aspectos espirituais, mas influencia e guia os crentes em todas as áreas da vida. Isso inclui a busca da verdade nas esferas intelectual, emocional, relacional e prática. 

 

Por essa razão, Jesus prometeu aos seus discípulos: “E eu pedirei ao Pai, e ele dará a vocês outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês” (João 14:16-17). Assim, o Espírito Santo desempenha um papel de extrema importância na vida do crente, vejamos alguns aspectos fundamentais de sua importância:


1. Guia e Ensina: o Espírito Santo é descrito como o Consolador, o Espírito da verdade que foi enviado por Jesus para habitar nos crentes. Isso é algo extraordinário! Ele guia os crentes à verdade e os capacita a entenderem as Escrituras e a vontade de Deus. Ele ilumina a mente e o coração do crente, revelando-lhe os mistérios da fé e conduzindo-os na vida cristã. “Guia-me com a tua verdade e ensina-me, pois tu és Deus, meu Salvador, e a minha esperança” (Salmos 25:5).


2. Transforma e Santifica: o Espírito Santo trabalha na vida do crente para transformá-lo à imagem de Cristo. Ele capacita o crente a abandonar padrões de pecado e a viver uma vida de santidade e retidão. O Espírito Santo produz fruto em suas vidas, como amor, alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gálatas 5:22).


3. Capacita para o serviço: o Espírito Santo concede dons espirituais aos crentes, capacitando-os para o serviço e edificação da igreja e do mundo. Esses dons incluem habilidades e talentos especiais que são usados para ministrar e impactar a vida de outras pessoas. O Espírito Santo também capacita os crentes com poder sobrenatural para serem testemunhas eficazes de Jesus Cristo. “Sigam o caminho do amor e busquem com dedicação os dons espirituais, principalmente o dom de profecia” (1Coríntios 14:1).


4. Restaura a comunhão com Deus: o Espírito Santo estabelece uma relação íntima entre o crente e Deus. Ele testifica ao crente sobre seu relacionamento com Deus como Pai, permitindo-lhe clamar “Aba, Pai”. O Espírito Santo também intercede por nós em oração quando não sabemos como orar. “Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Romanos 8:26).


5. Estabelece a unidade e o corpo de Cristo: o Espírito Santo une os crentes em comunhão e amor mútuo. Ele capacita a igreja como um corpo de Cristo, em que cada membro desempenha um papel importante e complementar. O Espírito Santo também concede diversidade de dons e ministérios, mas com o propósito de edificar e unir a igreja em amor.

 

Esses são apenas alguns aspectos da importância do Espírito Santo na vida do crente. Independentemente da sua cosmovisão, quer seja cristã ou não, é importante esclarecer que a fé em Jesus Cristo e a aceitação de sua obra redentora são essenciais para se tornar um crente e receber a promessa do Espírito Santo. Ele desempenha um papel vital na vida cristã, capacitando o crente a viver de acordo com a vontade de Deus, a crescer espiritualmente e a testemunhar de Cristo. 

 

Enfim, a presença e atuação do Espírito Santo são fundamentais para a vida de fé. O Espírito da verdade revela a verdade sobre a natureza de Deus, Sua vontade e Seu caráter. Revela a verdade sobre a pessoa e obra de Jesus Cristo. Além disso, o Espírito Santo guia os crentes a compreenderem e viverem de acordo com a vontade de Deus revelada nas Escrituras. Nos faz reconhecer a nossa condição pecaminosa e nos mostra a verdade sobre como viver uma vida piedosa e servir a Deus e aos outros. 

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

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domingo, 1 de outubro de 2023

O tesouro da Palavra de Deus: guardando-a no coração


Está escrito:

“Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti” Salmos 119:11.

 

O livro dos Salmos é uma coleção de poemas e hinos que expressam as mais variadas emoções humanas diante de Deus. No Salmo 119:11, o salmista demonstra sua profunda reverência e amor pela Palavra de Deus. Observe o cuidado de guardar no coração, ou seja, trazer na mente, nos pensamentos a Palavra de Deus. Meu irmão, o que você guarda dentro do seu coração? O que está no seu coração, reflete-se nas suas atitudes, nos seus pensamentos e nas suas palavras. 

 

Quando nós guardamos a Palavra do Senhor dentro da nossa mente (coração), a gente procura agir de uma forma que agrada a Deus e experimentamos Sua vontade.  Mas, por que devemos guardar no coração a Palavra de Deus? Por cinco razões, vejamos:

 

1. Porque a Palavra de Deus é a revelação divina. A Palavra de Deus é considerada uma revelação inspirada por Deus (“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça” 2 Timóteo 3:16). Ela não é apenas uma coleção de escritos humanos, mas um testemunho da vontade de Deus para a humanidade. Ao guardar a Palavra de Deus em nosso coração, estamos reconhecendo a sua autoridade e a importância de tê-la como guia em nossas vidas.

 

2. Porque a Palavra de Deus é proteção contra o pecado. O salmista declara que guarda a Palavra de Deus em seu coração para não pecar contra o SENHOR. Isso revela a consciência de que a Palavra de Deus tem o poder de nos proteger do pecado. Ao internalizarmos as Escrituras, elas se tornam um escudo espiritual que nos capacita a resistir às tentações e a viver de acordo com os princípios divinos. “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não está no pecado; aquele que nasceu de Deus o protege, e o Maligno não o atinge” (1 João 5:18).


3. Porque a Palavra de Deus traz conhecimento e comunhão com Deus. Ao meditarmos na Palavra de Deus e guardá-la em nosso coração, desenvolvemos um relacionamento mais profundo com o Criador. Através das Escrituras, aprendemos sobre a natureza de Deus, Seus atributos, Seu amor e Sua vontade. Esse conhecimento nos aproxima do Senhor e nos permite desfrutar de uma comunhão íntima com Ele. “Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3).

 

4. Porque a Palavra de Deus nos orienta e nos dar sabedoria. A Palavra de Deus é um tesouro de sabedoria. Ela nos guia em todas as áreas da vida, fornecendo princípios e diretrizes para tomarmos decisões corretas. Quando guardamos a Palavra de Deus em nosso coração, temos acesso a esse tesouro, e ela se torna uma lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho. “Confie no SENHOR de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o SENHOR em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas” (Provérbios 3:5-6).

 

5. Porque a Palavra de Deus nos faz testemunhar e compartilhar. Ao guardarmos a Palavra de Deus em nosso coração, nos tornamos testemunhas vivas do Seu poder e amor. À medida que vivemos de acordo com os ensinamentos das Escrituras, nossa vida se torna um reflexo do caráter de Deus, atraindo outros para conhecê-lo. Compartilhar a Palavra de Deus com os outros se torna um ato natural, pois ela já está enraizada em nosso coração. “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mateus 5:16).

 

Você quer vencer o pecado em sua vida? Quer viver uma vida justa diante de Deus para glorificá-lo em todos os momentos, mas não consegue? Por que isso acontece? Na verdade, guardamos a Palavra de Deus para buscar orientação, sabedoria e nutrir nosso relacionamento com Ele. No entanto, mesmo assim, ainda podemos pecar. Existem várias razões pelas quais isso pode acontecer:

 

1. Ainda permanecemos com a nossa natureza pecaminosa. Todos nós, como seres humanos, temos uma natureza pecaminosa herdade do pecado original. Essa natureza nos inclina naturalmente ao pecado, mesmo quando desejamos viver de acordo com a vontade de Deus. Essa luta entre o espírito e a carne pode resultar em falhas e pecados ocasionais. “No íntimo do meu ser tenho prazer na Lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros. Miserável homem que eu sou!” (Romanos 7:22-24).

 

2. Ainda sofremos tentações e influências externas. Por vivermos em um mundo caído, cheio de tentações e influências externas, estamos vulneráveis ao pecado. Mesmo que tenhamos a Palavra de Deus em nosso coração, somos constantemente expostos a situações, pessoas e circunstâncias que podem nos levar ao pecado. A tentação é real e muitas vezes podemos ceder a ela devido à fraqueza humana. Mas, “não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar” (1Coríntios 10:13).

 

3. Falta em nós vigilância espiritual. Guardar a Palavra de Deus em nosso coração não é apenas memorizá-la, mas também aplicá-la em nossa vida diária. Quando falhamos em permanecer vigilantes espiritualmente e não vivemos de acordo com o que sabemos ser verdadeiro, podemos facilmente ceder às tentações e pecar. Por essa razão disse Jesus: “Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26:41).

 

Mas, nem tudo está perdido. Quando pecamos, a graça de Deus nos oferece o dom do arrependimento. Reconhecendo nosso pecado, podemos nos arrepender sinceramente, buscar o perdão de Deus e continuar a crescer espiritualmente. Portanto, embora possamos pecar mesmo tendo a Palavra de Deus em nosso coração, a presença da Palavra de Deus em nossas vidas nos proporciona direção, correção e força para resistir ao pecado. Devemos sempre buscar a Deus, confiando em Sua graça, buscando Sua orientação e permitindo que o Espírito Santo nos capacite a viver uma vida que reflita cada vez mais o caráter de Cristo.

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

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