domingo, 15 de outubro de 2023

Universalidade do pecado: a necessidade da graça de Deus


Está escrito:

“Não há nenhum justo, nem um sequer” (Romanos 3:10)

 

A expressão em Romanos 3:10 é uma citação do Antigo Testamento, especificamente do Salmo 14:1-3. Essa afirmação teologicamente indica a universalidade do pecado e a necessidade da salvação através da fé em Jesus Cristo.

 

No contexto teológico do livro de Romanos, o apóstolo Paulo está argumentando que todos os seres humanos, tanto judeus quanto gentios, são pecadores e estão separados de Deus. Ele está afirmando que ninguém pode alcançar a justiça diante de Deus por suas próprias obras ou méritos. 

 

Ao citar o Salmo 14, Paulo reforça seu argumento de que não há nenhum ser humano que seja completamente justo. Obviamente, que ele está se referindo à natureza pecaminosa inerente a toda a humanidade, afirmando que todos estão debaixo do pecado. A parti disso, o apóstolo defende a tese de que a salvação só pode ser alcançada através da fé em Jesus Cristo, que é a única fonte de justiça verdadeira.

 

Talvez o meu caro amigo esteja pensando, será que o indivíduo pode ser justo em suas atitudes mesmo não temendo a Deus? A resposta é sim, a pessoa pode ser justa em suas atitudes, mesmo sendo ateu. A justiça não é exclusiva de pessoas religiosas ou teístas. A capacidade de agir de forma justa e ética não depende necessariamente da crença em Deus. 

 

Portanto, a justiça pode ser entendida como agir de acordo com princípios morais e éticos, tratando os outros de maneira equitativa e respeitando seus direitos. Esses princípios podem ser baseados em uma variedade de fundamentos, como compaixão, a igualdade, o respeito pela dignidade humana, a empatia e a busca pelo bem comum.

 

Porém, quando Paulo diz que “não há nenhum justo, nem um sequer”, ele está enfatizando a incapacidade do ser humano de se salvar ou se justificar diante de Deus. Na verdade, ninguém pode alcançar a perfeição exigida pela justiça de Deus e, portanto, ninguém é capaz de se salvar por meio de suas próprias ações.

 

Contudo, essa declaração não significa que não existam pessoas que pratiquem atos morais ou éticos em sua vida cotidiana. O ponto central de Paulo é que, quando se trata da justiça perfeita de Deus e da salvação eterna, ninguém é capaz de atingir esses padrões por conta própria. Daí, a necessidade de salvação e justificação diante de Deus que é suprida por meio da fé em Jesus Cristo. Além disso, a justiça de Deus é revelada através do Evangelho, em que a pessoa é justificada gratuitamente pela graça de Deus, por meio da fé em Jesus: “Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da Lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creem” (Romanos 3:21-22). 

 

Assim, diante dos argumentos teológicos de Paulo, quais são as implicações práticas para nossa vida?

1.     A justiça de Deus nos foi revelada por meio do Evangelho. “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego. Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: o justo viverá pela fé” (Romanos 1:16-17). Nesse trecho, Paulo declara que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todos os que creem. Logo, essa justiça é obtida por meio da fé, desde o início até o fim. Através do evangelho, Deus demonstra seu plano redentor e como a salvação é alcançada por meio da fé em Jesus Cristo. Fica claro que a justiça de Deus não depende das obras humanas, é um dom divino.

2.     A graça de Deus e sua ação redentora. “Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo quando ainda estávamos mortos em transgressões – pela graça vocês são salvos” (Efésios 2:4-5). Neste verso, Paulo destaca a graça de Deus como o motivo de nossa salvação. Ele descreve que, mesmo estando espiritualmente mortos em nossos pecados, Deus, em sua rica misericórdia e amor, nos vivificou juntamente com Cristo. Em outras palavras, a salvação é um ato da graça de Deus, é um presente de Deus, resultado de seu amor e misericórdia, que nos concede a vida espiritual em Cristo. A graça de Deus é o motor da ação redentora, trazendo vida e reconciliação com Ele, apesar de nossa condição pecaminosa.

3.     A importância da fé em Jesus Cristo como meio de justificação. “Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creem. Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:22-24). Paulo ressalta que a justiça de Deus é alcançada por meio da fé em Jesus Cristo. Ele declara que não há distinção entre as pessoas, pois todos pecaram e estão separados de Deus. No entanto, a justificação é oferecida gratuitamente pela graça de Deus, através da obra redentora em Cristo Jesus. Ou seja, somente pela fé em Jesus Cristo que somos justificados diante de Deus. Portanto, a justificação é um dom gratuito de Deus, recebido através da fé e Jesus Cristo é o canal que nos conecta à justiça de Deus e à sua graça redentora.

 

Em resumo, a justiça em Romanos 3:10, destaca a condição universal da humanidade como pecadora e destaca a necessidade da graça e salvação de Deus através de Jesus Cristo para reconciliar as pessoas com Ele. Fica claro também que não podemos alcançar a salvação por nossos próprios esforços, mas somente através da fé em Cristo.

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Sola Scriptura - Solus Christus - Sola gratia - Sola fide e Soli Deo glória

 

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