segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A outra face

"Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra" Lc 6:29.
Esse é dos textos mais conhecidos dos Evangelhos. Jesus fez um discurso que contrariava a ordem social daquela época, onde imperava a lei do "olho por olho, dente por dente". Jesus nos ensina a necessidade vital da tolerância nas relações sociais. A expressão "oferece-lhe também a outra" significa que não devemos revidar, quando somos agredidos ou ofendidos. Ele não se refere apenas ao aspecto físico da agressão, mas também a agressão psicológica. Quantas vezes somos agredidos por palavras, pela indiferença, pelas injustiças, entre outras formas de nos ferir.
As feridas emocionais dos nossos relacionamentos são tão dolorosas quanto a ferida na face física. Mas, Jesus nos ensina que em ambas as situações não devemos revidar.  Essa atitude pode até parecer covardia, mas não é. Pelo contrário, dar a outra face é sinal de força e segurança. Só uma pessoa que tem equilíbrio emocional é segura e forte o suficiente para ser capaz de manter o controle diante do seu agressor.
Dar a outra face é respeitar o outro, é buscar compreender as razões da agressividade e não usar de violência para combater a violência sofrida, é não se sentir ofendido. Ninguém foi tão insultado quanto Jesus, ninguém foi mais violentado quanto Jesus, mas Ele permaneceu em silêncio mesmo tendo todo o poder capaz de aniquilar a todos. Jesus era uma pessoa equilibrada, audaciosa, corajosa e não tinha medo de enfrentar as dificuldades. Era totalmente contrário a qualquer tipo de violência, por isso é chamado "Príncipe da Paz". De tal forma que dizia a seus discípulos: Eu vos dou a minha paz!
Todavia, podemos acreditar que Jesus não pregava a passividade, mas proclamava maturidade da personalidade que é resultante de uma emoção segura e serena. Jesus quebra mais um paradigma que, até hoje, ainda é visível em nossa sociedade moderna, que combate a violência com violência.
Jesus, o mestre por excelência, mostrou que a força está na tolerância, na benevolência e na capacidade de transformar o interior do outro.

Nenhum comentário: