domingo, 9 de janeiro de 2022

Mesmo sentimento

 


Está escrito:

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:5)

 

Ao iniciar o ano novo fui impactado por esta palavra “tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. Comecei a pensar: será que eu tenho o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus? Será que minha vida na prática reflete esse sentimento? É possível alguém nos dias de hoje revelar esse sentimento? Tais interrogações martelaram a minha mente. Então, percebi que o apóstolo Paulo estava dando a ideia de que devemos desenvolver uma habilidade para agir de forma correta, de termos uma atitude consciente e desejosa de sermos semelhantes a Cristo. 

 

Mais uma vez, retruquei em meu íntimo: seria isso possível na vida do crente de hoje? Talvez não com a perfeição esperada, porém é possível desejar ser como Jesus de forma prática e não teórica. Devemos procurar o aperfeiçoamento em Cristo, de maneira tal que nossos desejos e as nossas atitudes estejam voltados para sua direção. 

 

O sentimento de Cristo Jesus é o que deve prevalecer em nossa vida, se de fato somos cristãos e nascidos do Espírito Santo. Nesse sentido, que sentimentos ou atitudes de Cristo podemos desenvolver na prática? Vejamos alguns deles:

1.     Jesus Cristo foi submisso(obediente) a vontade de Deus – Jesus se submeteu a vontade do Pai ao ponto de esvaziar-se a si mesmo, “embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens” (Filipenses 2:6-7). Eis o exemplo a seguirmos, o Senhor Jesus nos ensina a esvaziarmos do nosso ser. É interessante que as pessoas querem aparecer, ser vista por todos, ser destaque, ser famoso, são egocêntricas, querem ser agradadas, porém Jesus nos ensina a abrir mão desse propósito e esvaziar dessas vaidades. Quem se esvazia toma a forma de servo. Para que Cristo viva em nós, não podemos estar preocupados em sermos agradados, porque isso impedirá de sermos servos. “Porque nenhum de nós vive apenas para si, e nenhum de nós morre apenas para si. Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor” (Romanos 14:7-8).

2.     Jesus tinha uma atitude humilde – se humilhar é uma virtude que nos dá a ideia de um sentimento de fraqueza. No entanto, Jesus disse: “aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mateus 11:29). Para Deus a humilhação é uma das virtudes mais linda, porque mostra que a pessoa não é soberba, orgulhosa, e se tem algo que Deus detesta é o soberbo. “Deus se opõe aos orgulhosos (soberbos); mas concede graça aos humildes” (Tiago 4:6). Assim, dentro do corpo de Cristo a humildade é um sentimento que deve ser cultivado, porque Ele venceu com este sentimento. “Tenham uma mesma atitude uns para com os outros. Não sejam orgulhosos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior. Não sejam sábios aos seus próprios olhos” (Romanos 12:16). A humildade é a chave para os relacionamentos e a obediência.

3.     Jesus renunciou – a renúncia de Jesus começa com o seu nascimento, Ele esvaziou-se ao ponto de se tornar um zigoto e ser concebido. Ele fez isso porque é Deus. Ao atingir a idade adulta, renunciou o seu trabalho secular para iniciar seu ministério evangelístico. Jesus ensinou seus discípulos a renunciar suas vidas em favor do Reino de Deus. Nós não temos do que nos esvaziar da mesma forma, no entanto, devemos renunciar as paixões da carne e toda forma de pecado. Que tenhamos o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, de renúncia, para que, por meio do nosso testemunho o nome de Jesus seja glorificado. 

4.     Ele amou e amou até a morte – a vida de Jesus foi uma demonstração de amor exemplar. Amor que curou enfermos, expulsou demônios, fez milagres, alimentou multidões, ensinou e praticou com atitudes esse amor que é o novo mandamento instituído por Ele. O amor que perdoa até na hora mais difícil da vida: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” (Lucas23:34). Jesus amou até o fim. 

 

Cada vez que lemos os Evangelhos descobrimos mais a respeito de Jesus Cristo, obviamente que outros sentimentos ou atitudes haviam nele que não é possível enumerá-los. No entanto, o que importa é que tenhamos o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus e isso é um processo de crescimento e amadurecimento espiritual que depende de nós e que ninguém pode interferir nessa decisão. Devemos buscar a semelhança de Cristo voluntariamente. Tal sentimento deve nortear a nossa vida cristã. 

 

Portanto, ter o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus é algo prático, não se trata de um discurso doutrinário ou de um objetivo a ser perseguido no ano que se inicia. Olhemos para o exemplo de Cristo e tenhamos o mesmo sentimento. Concluo com a passagem de Romanos 8:11 “E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vocês, aquele que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos também dará vida a seus corpos mortais, por meio do seu Espírito, que habita em vocês”. Logo, se somos guiados pelo Espírito de Deus somos filhos de Deus e podemos ter o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. 

 

Lembre-se: Deus é bom; seu amor dura para sempre.

3 comentários:

Dra. Maria das Graça disse...

Grandioso Deus e Pai eterno amoroso! Te louvo por colocar na mente de seu filho Sérgio essa mensagem tão profunda e desafiadora! Que nossa meta seja em primeiro lugar viver na direção da Tua vontade!

Saemmy Albuquerque disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Saemmy Albuquerque disse...

Que o Senhor nos ajude a sermos mais parecidos com Ele.