domingo, 4 de abril de 2021

Ouvir falar

 

Está escrito: 

"Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos. (Jó 42:5)

 

O mundo cristão comemora hoje a Páscoa que é a celebração da ressurreição de Jesus, três dias após a sua crucificação. É por isso que colocamos a nossa fé em Jesus Cristo, porque Ele foi o único que venceu o pecado e a morte, vivo está e voltará para nos buscar um dia.

No entanto, o caríssimo leitor, não é sobre a Páscoa que vamos refletir nesta mensagem. Muitas pessoas já ouviram falar da Páscoa, assim como também de Jesus Cristo. 


Mas, imagine você diante de Deus, o que será que Deus pensa a seu respeito? A Bíblia relata a história de um homem chamado Jó e me parece ser o único personagem na qual Deus dar testemunho de sua vida: “Não há ninguém na terra como ele, irrepreensível, íntegro, homem que teme a Deus e evita o mal” (Jó 1:8). 

 

Observe que, apesar desse relato do próprio Deus, Jó não o conhecia pessoalmente. Ele praticava boas obras apenas porque tinha ouvido falar e, certamente, era zeloso nas suas atitudes. Assim, acontece na vida cristã. Muitos crentes (evangélicos e de outras denominações) conhecem a Deus apenas por ouvir falar e se firmam numa religiosidade rotineira e as vezes nem sabem por que fazem o que fazem.

 

No entanto, o Senhor Deus deseja mais do que pessoas religiosas de visão limitada, Ele quer que nós sejamos seus amigos. Ele deseja se revelar a mim e a você a cada dia. O fato é que Jó servia a Deus, porém não o conhecia. Será que conhecemos a Deus de verdade? Diante dessa constatação, Deus permitiu que Jó passasse por tentação, prova, tribulação somente para que ele chegasse a cair em si e declarar: “agora os meus olhos te viram” (Jó 42: 5). Essa expressão precisa ser compreendida. Jó não viu Deus fisicamente, porque Deus é Espírito, mas na mente dele pode entender a grandeza de Deus e sua pequenez, só quando ele reconheceu quem é Deus em sua vida, Jó teve uma extraordinária experiência pessoal e maior intimidade com Deus, ao ponto de afirmar: “me arrependo no pó e na cinza”(Jó 42:6). 


Na realidade, a presença de Deus produz em nós arrependimento, o arrependimento leva a busca de uma vida santa, pois está escrito: “Sejam santos, porque eu sou santo” (1Pedro 1:16). Infelizmente, muitas pessoas permanecem na igreja, mas se deixam desviar do único alvo da vida cristã: “conhecer a Deus”. As pessoas só se satisfazem por apenas ouvir falar, através da pregação, das mensagens faladas ou escritas, dos louvores e até mesmo da literatura cristã. 

 

Assim, continuam seguindo seu “relacionamento” religioso falando, louvando e até mesmo orando num monólogo, a alguém que lhes é absolutamente estranho, alguém que só conhece de ouvir de terceiros, vivem uma fé cega sem experimentar a presença grandiosa de Deus. Pare, pense, reflita em si mesmo. Tome uma atitude diante de Deus. Deixe tudo para trás e faça como o apóstolo Paulo fez: “Mas o que para mim era lucro passei a considerar como perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar Cristo e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da Lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé. Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte” (Filipenses 3: 7-10).

 

Meu querido leitor, Deus deseja se revelar a mim e a você a cada dia. Não devemos esperar a iniciativa de Deus para permitir que passemos pelo sofrimento físico, mental ou espiritual, as aflições da vida cotidiana, para nos voltarmos para Ele arrependidos. Porque sofrer, se podemos ter uma experiência pessoal com Deus que nos ama e deseja se revelar a nós, através de Jesus Cristo, o ressuscitado! 

 

Esse Jesus Cristo, que muitos comemoram a sua Páscoa, também só os conhecem por nome, por ouvir falar, mas não o conhecem por fé e verdade, em virtude da falta de uma experiência pessoal com Ele. Assim como Jó, nós também podemos ter uma convivência pessoal e viva com esse maravilhoso Deus que se revelou a nós, através de Jesus Cristo. Por isso, entregue verdadeiramente o seu coração ao Senhor, sem se preocupar com nada, renuncie as coisas que te prendem neste mundo, as considere como esterco para ganhar a Cristo. Mas, não esqueçamos, que o ato de entrega consiste em renúncia. Entregar a vida a Jesus Cristo é mais que simples palavras, é atitude! É renúncia! É submissão a vontade soberana de Deus. Tem que haver verdadeiramente vontade e desejo de conhecer a Cristo.

 

Por fim, a palavra de Deus diz que: “O SENHOR confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança” (Salmos 25:14). Busque o conhecimento de Deus, não de ouvir falar, mas de vê-lo em sua vida.

 

Lembre-se: Deus é bom; seu amor dura para sempre.

Um comentário:

Cleide Rejane Damaso de Araújo disse...

Na Cruz, o livro de Jó pode ser colocado na perspectiva correta. Naqueles dois pedaços de madeira, Deus sofreu mais do que qualquer ser humano, inclusive o próprio Jó. Ele assumiu de maneira coletiva as enfermidades e dores que experimentemos. Por isso, ninguém pode questionar a atitude divina diante do sofrimento. Nas duas histórias Deus parecia estar em silêncio para ambos (Jó e Jesus), mas as duas tiveram um final feliz.
O fim da história do patriarca é impressionante. Apoiado na riqueza espiritual, a que nunca perdeu, recebeu em dobro tudo o que havia perdido. Sigamos o exemplo de Jó e do Senhor que foram fiéis até o fim; ou seja, permaneceram fiéis aos valores espirituais, que são as verdadeiras riquezas.
Está perto o dia em que veremos a Cristo em Seu breve retorno. Preparemo-nos!