domingo, 16 de abril de 2023

O poder transformador do perdão


 

Está escrito:

“Então, ajoelhou-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu” Atos 7:60

 

Na perspectiva bíblica, o perdão é uma atitude de graça e misericórdia que uma pessoa concede a outra após ter sido ofendida ou ferida por ela. A Bíblia ensina que Deus é misericordioso e perdoador, e que Ele espera que Seus filhos sejam também misericordiosos e perdoadores uns com os outros.

 

Aliás, o perdão é um tema recorrente na Bíblia, desde o Antigo Testamento até o Novo Testamento. No Antigo Testamento, Deus perdoa os pecados dos israelitas quando eles se arrependem e voltam-se para Ele. No Novo Testamento, Jesus Cristo ensina que o perdão é uma parte essencial da vida cristã e que devemos perdoar aqueles que nos ofendem, assim como Deus nos perdoou.

 

O texto que lemos acima, mostra o exemplo notável de perdão de Estêvão. Ele foi um dos primeiros diáconos da igreja primitiva e um proeminente líder cristão em Jerusalém. Em Atos 7, Estêvão faz um discurso eloquente para os líderes religiosos judeus, mas acaba sendo apedrejado até a morte por eles, em virtude da sua fé.

 

Mas, o que me impressiona nesse relato bíblico, é que Estêvão, mesmo sendo vítima de uma grande injustiça e brutalidade por uma multidão enfurecida, que o acusava de blasfêmia contra Deus e contra Moisés, ele não respondeu com ódio ou vingança. Em vez disso, ele orou por seus agressores, enquanto eles o apedrejavam, dizendo: “Senhor, não lhes imputes este pecado” (Atos 7:60).

 

O termo “imputar” significa “atribuir” ou “colocar a responsabilidade por algo em alguém”. Nesse contexto, Estêvão estava pedindo a Deus para não responsabilizar seus agressores pela sua morte. Ele estava pedindo a Deus para mostrar misericórdia e perdão para eles, em vez de puni-los pelo que eles fizeram.

 

Essa oração de Estêvão é um exemplo de perdão incondicional e de amor incondicional. Ele escolheu perdoar aqueles que o estavam matando, mostrando que o perdão é possível mesmo em circunstâncias extremas de sofrimento e injustiça. Ele escolheu não retribuir o mal com o mal, mas em vez disso demonstrou a graça e o amor de Deus ao orar pelos seus agressores. Além do mais, ele estava seguindo o exemplo de Jesus Cristo, que também pediu ao Pai para perdoar seus agressores enquanto Ele estava sendo crucificado na cruz (Lucas 23:34).

 

Perceba que o exemplo de Estêvão mostra que o perdão é uma escolha consciente, que requer uma decisão firme de renunciar ao desejo de vingança e escolher a paz e a reconciliação. É uma escolha fácil? De forma nenhuma, é uma escolha difícil, mas que pode trazer uma libertação emocional e espiritual tanto para o ofendido quanto para o ofensor.

 

Em Mateus 18:21-22, Pedro pergunta a Jesus: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. Ou seja, o perdão deve ser dado sem limites. 

 

Além disso, o perdão também está relacionado à liberdade. Quando perdoamos alguém, estamos libertando a nós mesmos do ressentimento e da amargura que nos prendem ao passado. É por isso que Jesus diz em Mateus 6:14-15: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”. 

 

No exemplo de Estêvão aprendemos pelo menos três pontos importantes:

1.     Ele orou por seus ofensores – “Senhor, não lhes imputes esse pecado!” Estêvão foi acusado injustamente, mas não murmurou, não se queixou, não ficou com raiva. Pelo contrário, ele disse: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus” (Atos7:56).

2.     Ele tinha paz no coração – quando temos a consciência limpa e a graça de Deus em nós temos paz e somos capazes de perdoar. Mas, quem não consegue perdoar é porque não tem paz no seu coração e fica relembrando com palavras ou atitudes o que sofreu por seus ofensores. Ora, sabendo que os nossos pecados foram perdoados por Deus, isso nos enche de uma paz que vai além da compreensão humana. (2Tessalonicenses 3:16)

3.     Ele demonstrou força através do perdão – para perdoar, é preciso ser muito forte, não é para os fracos na fé. Estêvão tinha essa força e o seu testemunho de boas obras era uma marca na sua vida. (Atos 6:8).

 

E você, consegue perdoar? Será que você passou por uma situação de injustiça ou acusação caluniosa e não está conseguindo perdoar? Ore a Deus, peça ajuda ao Seu Espírito para liberar perdão. O exemplo de perdão de Estêvão nos inspira a buscar a graça de Deus para perdoar aqueles que nos feriram, mesmo quando parece impossível. E nos lembra que o perdão é um ato de amor e liberdade, que pode transformar nossas vidas e relacionamentos.

 

Lembre-se: Deus é bom; seu amor dura para sempre.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ó Poder do Poder. Do perdao esta NO SENĤOR ĴESUSCRISTO
PELA FE

Saemmy Albuquerque disse...

O perdão é libertador!

Anônimo disse...

Amém. Excelente reflexão sobre o perdoar, pois esse ato deve ser a marca do cristão.