domingo, 14 de abril de 2024

Tema a Deus e guarde seus mandamentos: o caminho para uma vida significativa

 

Está escrito:

“De tudo o que se ouviu, aqui está a conclusão: Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isso é o dever de todo homem” (Eclesiastes 12:13).


O livro de Eclesiastes, atribuído ao rei Salomão, é uma obra da sabedoria bíblica que aborda questões fundamentais da existência humana. O versículo em pauta encerra o livro com uma conclusão poderosa e essencial para a compreensão de uma vida significativa: “Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isso é o dever de todo homem”.  Isso é tremendo, não?


Na realidade, esse versículo resume a busca pela significância da vida em sua perspectiva teológica, destacando a importância da reverência a Deus e da observância de seus mandamentos como o dever supremo de cada ser humano. Na cosmovisão cristã, o sentido da vida está vinculado à relação com Deus. A ideia é que as pessoas foram criadas para amar, servir e estar em comunhão com Deus. Eu convido você a nos aprofundarmos um pouco nessa perspectiva? 


A vida, de acordo com Eclesiastes, é permeada por um sentido mais profundo quando vivida em relação a Deus. O autor, em sua sabedoria divinamente concedida, reflete sobre as várias experiências humanas, aliás ele viveu intensamente cada momento de sua vida que oscilou entre a devoção a Deus e os prazeres que a vida mundana oferece, aí chegou à conclusão que a verdadeira significância da vida não pode ser encontrada nas riquezas materiais, na busca pelo prazer ou na sabedoria humana isolada. Em vez disso, ele aponta para a essência da vida como sendo encontrada na conexão com o Criador.


A primeira parte do versículo, sugere que, após todas as reflexões e buscas, uma conclusão definitiva é alcançada. Essa conclusão não é um beco sem saída ou desespero, mas sim uma revelação de propósito. Salomão direciona o foco para o cerne da existência: “Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos”. 

O temor a Deus, neste contexto, não se refere a um medo paralisante, mas a uma reverência profunda e respeito pelo Criador. Isso implica reconhecer a soberania de Deus sobre a vida e entender que a verdadeira realização vem ao viver em conformidade com Seus princípios. O temor a Deus é o fundamento da sabedoria, como afirmado em Provérbios 9:10 – “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é entendimento”. 


Demonstrar o temor a Deus envolve uma abordagem holística da vida, permeada por um sentimento de amor, respeito e um relacionamento íntimo com o Criador. Na prática podemos expressar o temor a Deus da seguinte forma:

·       Vivendo em obediência aos Seus mandamentos – uma maneira fundamental de demonstrar o temor a Deus é obedecer aos Seus mandamentos, conforme expresso nas Escrituras. Isso envolve não apenas conhecê-los, mas também os aplicar em todas as áreas da vida.

·       Tendo uma vida de oração – a oração é uma expressão direta de comunicação com Deus. Ao buscar Sua orientação, agradecimento e confiança, demonstramos nossa dependência Dele. Jesus enfatizou a importância da oração como um ato de se reder à vontade de Deus (Mateus 6:16-17).

·       Estudando a Bíblia – aprofundar-se nas Escrituras é uma forma de conhecer a vontade de Deus. O estudo regular da Bíblia nos ajuda a compreender Seus ensinamentos e a aplicá-los na vida diária (2Timóteo 3:16-17).

·       Cultivando a humildade – reconhecer a grandiosidade de Deus e a própria dependência d’Ele é uma expressão de humildade que envolve submissão à vontade divina e reconhecimento de que somos criaturas dependentes de nosso Criador (Tiago 4:10).

·       Servindo em amor ao próximo – Jesus nos ensinou que amar e servir aos outros é uma forma de demonstrar amor a Deus (Mateus 25:40). O serviço altruísta reflete um coração transformado pelo temor a Deus.

·       Buscando a santificação – o temor a Deus está conectado à busca pela santidade. Buscar uma vida que reflita os padrões divinos e evitar práticas contrárias aos princípios bíblicos é uma expressão prática do temor a Deus (1Pedro 1:15-16). 

·       Tendo a consciência da presença de Deus – viver com a consciência constante da presença de Deus em todas as situações é uma forma de temor a Ele. Isso influencia as escolhas e atitudes diárias, sabendo que estamos diante do Deus soberano (Provérbios 3:6). 

·       Tendo um arrependimento sincero – reconhecer os erros, arrepender-se sinceramente e buscar a reconciliação com Deus é uma demonstração de temor a Ele. O arrependimento reflete uma consciência da santidade de Deus e um desejo de alinhar-se com Seus caminhos (Atos 3:19).

·       Tendo confiança e fé – ter confiança e fé em Deus, mesmo em meio às dificuldades, é uma expressão de temor a Ele. A confiança reflete a convicção de que Deus é digno de ser temido, adorado e confiado em todas as circunstâncias (Provérbios 3:5-6).

Demonstrar o temor a Deus é um processo contínuo e dinâmico. Envolve um relacionamento vivo e ativo com Ele, permeando todos os aspectos da vida cotidiana. Mas, a segunda parte do versículo destaca a importância de guardar os mandamentos de Deus. Isso vai além de uma simples obediência legalista; é uma expressão de amor e gratidão por aquele que nos criou e nos salvou. Jesus Cristo reitera essa ênfase no amor e obediência em João 14:15, ao dizer: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos”. 


Deixe-me situá-lo no contexto dessa expressão de João 14:15. Jesus estava preparando Seus discípulos para Sua partida iminente e as dificuldades que enfrentariam. Ele promete enviar o Espírito Santo para estar com eles (João 14:16-17) e fala sobre a necessidade de permanecerem conectados a Ele para dar frutos (João 15:1-8). No meio dessas instruções, Jesus destaca a relação entre o amor a Ele e a observância de Seus mandamentos. Na prática, o que significava isso para os seus seguidores naquela época e para nós, atualmente? Significa:

·      Amor como motivação – Jesus está estabelecendo uma relação íntima entre o amor por Ele e a obediência aos Seus mandamentos. A obediência não é meramente um conjunto de regras a serem seguidas, mas é motivada pelo amor dedicado a Jesus.

·      Expressão prática de amor – obedecer aos mandamentos de Jesus é uma expressão prática do amor a Ele. Em vez de ver os mandamentos como um fardo, Jesus nos apresenta como uma resposta natural do amor que devemos ter por Ele.

·      Conexão com o Amor Divino – a obediência aos mandamentos de Jesus não é apenas uma questão de conformidade externa, mas está profundamente ligado ao amor divino. Jesus, como o Filho de Deus, representa a vontade divina e obedecer a Ele é obedecer ao Pai (João 14:10).

·      Relacionamento contínuo – o contexto sugere que Jesus está enfatizando a importância de manter um relacionamento contínuo e vital com Ele. Obedecer aos mandamentos não é apenas um ato isolado, mas parte de um estilo de vida de comunhão constante.

Diante o exposto, que implicações práticas teremos? Na verdade, teremos uma vida transformada, uma compreensão dos mandamentos e relacionamento pessoal com Cristo para viver uma vida significativa, à luz de Eclesiastes 12:13. Portanto, um viver em comunhão com Deus, amando-O e obedecendo aos Seus mandamentos, não apenas confere um sentido mais profundo à existência, mas também estabelece uma base sólida para relacionamentos significativos com os outros e uma contribuição positiva para o bem comum. 


O verdadeiro significado da vida, conforme delineado na Bíblia, está intrinsecamente vinculado à nossa relação com Deus e à prática de uma vida guiada por princípios cristocêntricos. Em última análise, a busca por significado da vida encontra sua resposta não na filosofia, mas no temor a Deus e na observância dos Seus mandamentos.


Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Sola Scriptura - Solus Christus - Sola gratia - Sola fide e Soli Deo glória

Shalom Adonai!

Nenhum comentário: