domingo, 10 de março de 2024

A simplicidade da fé: recebendo o reino de Deus como uma criança

 

Está escrito:

“Digo a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele” (Marcos 10:15).

 

O termo “Reino de Deus” anunciado por Jesus é um conceito central na sua mensagem e teologia. Ele representa a soberania divina e o domínio de Deus sobre todas as coisas. Existem vários aspectos do significado teológico do Reino de Deus de acordo com o ensinamento de Jesus. Vejamos alguns:


1.     Reino Espiritual. Jesus ensinou que o Reino de Deus não é um reino terreno, mas espiritual. Está presente no coração daqueles que aceitam a Deus como seu Senhor e buscam viver de acordo com os princípios do amor, justiça e retidão. É um reino invisível, governado por Deus no interior das pessoas. Você já recebeu o Reino de Deus? Ele governa sua vida? 

 

Certa vez, Jesus foi interrogado pelos fariseus sobre quando viria o Reino de Deus, Ele respondeu: “O Reino de Deus não vem de modo visível, nem se dirá: ‘Aqui está ele’ ou ‘Lá está’; porque o Reino de Deus está no meio de vocês” (Lucas 17:20-21). Observe que Jesus está explicando que o Reino de Deus não é um reino terreno visível, mas um reino espiritual que está presente no meio das pessoas, na esfera espiritual e no coração daqueles que o aceitam. Isso destaca a natureza espiritual do Reino de Deus, enfatizando que não está ligado a uma localização geográfica específica ou a uma estrutura terrena, não adianta utilizar o Google Maps ou o Waze que você não vai encontrar, porque é uma realidade espiritual que se manifesta nas vidas daqueles que creem e obedecem a Deus. 

2.     Reino presente e futuro. Jesus também ensinou que o Reino de Deus está presente aqui no meio de nós, mas ainda não está completamente realizado. O Reino de Deus começou com a vinda de Jesus à Terra e continuará a se desdobrar no futuro. A consumação final do Reino ocorrerá na segunda vinda de Cristo. Você tem esperança na volta visível e gloriosa de Cristo? Se sim, ora vem Senhor Jesus!

Nessa perspectiva, Jesus disse a respeito do Reino de Deus no futuro: “Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que foi preparado para vocês desde a criação do mundo”. Neste versículo, Jesus fala sobre um momento futuro em que o Reino de Deus será plenamente manifestado e herdado pelos justos. Isso indica que, embora o Reino de Deus já esteja presente espiritualmente, haverá uma consumação final no futuro, quando Deus estabelecerá o Seu Reino de forma completa e visível. 

3.     Rejeição do mundo. O Reino de Deus frequentemente envolve uma rejeição dos valores e prioridades do mundo, pois os ensinamentos de Jesus frequentemente contrastam com os valores seculares. Isso significa em viver de maneira contracultural, priorizando o amor ao próximo, a humildade e a justiça. 

O apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos 12:2, exorta os crentes a não se conformarem com o padrão deste mundo, o que implica em não adotar os valores e práticas do mundo real que vivemos porque são contrários aos princípios do Reino de Deus. Em vez disso, ele enfatiza a necessidade da renovação da mente que é parte fundamental da rejeição do mundo em favor do Reino de Deus na perspectiva cristã.

4.     Justiça e misericórdia. O Reino de Deus é caracterizado por justiça e misericórdia. Jesus ensinou a importância de amar o próximo, perdoar os outros e buscar a justiça, especialmente em favor dos marginalizados e oprimidos. 

Jesus em seu sermão do monte, disse: “Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso” (Lucas 6:36). Embora esse versículo em si não mencione diretamente o “Reino de Deus”, ele enfatiza a importância da misericórdia e está alinhado com o ensinamento de Jesus sobre a natureza do Reino de Deus. 


Portanto, o versículo de Marcos 10:15, é uma passagem profundamente significativa na perspectiva teológica. Essa afirmação de Jesus traz à tona muitos elementos essenciais da fé cristã e oferece uma visão única do Reino de Deus e do relacionamento que os crentes devem ter com ele. 


Primeiramente, a comparação do Reino de Deus com a atitude de uma criança é reveladora. As crianças são conhecidas por sua simplicidade, humildade, confiança e dependência. Quando Jesus diz que devemos receber o Reino de Deus como uma criança, Ele está apontando para a necessidade de abordar a espiritualidade com um coração simples, sem arrogância ou pretensão. Isso envolve a humildade de reconhecer nossa dependência de Deus, assim como uma criança depende de seus pais.

 

Além disso, essa passagem destaca a importância da fé. As crianças tendem a confiar facilmente e acreditar sem muito ceticismo. Elas não são sobrecarregadas com dúvidas e preocupações complexas, o que frequentemente pode afetar a fé dos adultos. Receber o Reino de Deus como uma criança envolve uma fé simples e confiante, acreditando no que Jesus ensinou e representou como o Filho de Deus.

 

A metáfora também aponta para a ideia de que o Reino de Deus não pode ser conquistado por méritos humanos ou obras, mas deve ser recebido. É um presente divino que não pode ser alcançado por esforços humanos. Isso reflete o cerne da mensagem cristã, que é a graça de Deus. A entrada no Reino de Deus não é uma questão de merecimento, mas de aceitação e fé na obra redentora de Cristo.

 

Ademais, a imagem de receber o Reino de Deus como uma criança também nos lembra da importância da sinceridade, da pureza de coração e da inocência na nossa relação com Deus. À medida que envelhecemos, muitas vezes acumulamos bagagens emocionais, espirituais e intelectuais que podem dificultar nossa relação com Deus. Receber o Reino como uma criança implica despojar-se dessas barreiras e voltar ao cerne da fé, que é uma relação simples e sincera com o Pai Celestial.

 

Por fim, a mensagem de Marcos 10:15 nos desafia a adotar uma atitude de humildade, fé simples e confiança em nossa relação com Deus e na entrada no Reino de Deus. Ele nos lembra que o Reino de Deus é um dom divino “Graça”, que não pode ser conquistado por esforços humanos, mas deve ser recebido com a mesma simplicidade e dependência de uma criança em relação aos seus pais. Essa abordagem teológica tem implicações profundas na forma como os crentes entendem sua fé e relacionamento com Deus, e serve como um lembrete constante da centralidade da graça divina na vida cristã. Portanto, viva o Reino de Deus no presente e na sua plenitude no futuro eterno. Aleluia!

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Sola Scriptura - Solus Christus - Sola gratia - Sola fide e Soli Deo glória

Um comentário:

Anônimo disse...

Glória a Deus!