O estudo das organizações de saúde sugere que cultura, poder e identidade estão intimamente relacionados, de forma que um desses aspectos pode fornecer significado ao outro. Uma cultura organizacional é capaz de reafirmar os valores e ideologias de um grupo em relação aos demais, constituindo a base desse grupo. Portanto, a cultura concede poder e, conseqüentemente, alimenta as identidades dos seus membros.
Nas organizações de saúde, o poder serve para sustentar a identidade que se torna legitimada pela sociedade. Todavia, o seu propósito é definir a identidade dos sujeitos, embora o seu efeito torne-os subordinados e inseguros quanto ao desempenho. Isso acontece porque há uma rede de interesses camuflados, desejos de confirmar sua subordinação ou os significados e sentimentos de superioridade dos detentores do poder nas organizações de saúde - o domínio do saber médico - tema brilhantemente discutido por Michel Foucault.
As organizações de saúde negligenciaram a relação entre a identidade individual e a cultura organizacional, com seus rituais e cerimônias, a administração terá sua legitimidade enfraquecida, reduzindo-se também a justificativa de seu poder. Neste aspecto, as identidades sociais e pessoais, que estão baseadas em papéis, são interdependentes. Em razão disso, os papéis sociais afetam a individualidade, especialmente, quanto à auto-imagem, ao reconhecimento e à estabilidade, em virtude de sua inserção no contexto das relações sociais e de poder.
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