domingo, 22 de setembro de 2024

O temor do SENHOR e a obediência aos mandamentos


 

Está escrito:

“Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque isso é o dever de todo homem” (Eclesiastes 12:13)

 

Essa passagem bíblica é um versículo fundamental na teologia cristã que expressa princípios centrais da relação entre o homem e Deus. Nesta breve reflexão, examinaremos a importância dessas palavras e suas implicações práticas para uma vida cristã sadia. 

 

A primeira parte do versículo, “Tema a Deus”, destaca a importância do temor do Senhor na vida do crente. É importante ressaltar que este “temor” não se refere a um medo paralisante, mas sim a um profundo respeito, reverência e adoração a Deus. O Salmo 111:10 afirma que: “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; todos os que cumprem os seus preceitos revelam bom senso”. Esse temor é a base da sabedoria e a sabedoria bíblica está intrinsicamente ligada ao relacionamento com Deus.

 

O temor a Deus também é um tema comum em Provérbios. Por exemplo, em Provérbios 1:7 diz: “O temor do SENHOR é o princípio do conhecimento, mas os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina”. Aqui, percebemos que o temor a Deus é a base do conhecimento, da sabedoria e da compreensão da vontade divina. Sem esse temor, a compreensão espiritual e moral se torna limitada.

 

A base da sabedoria no contexto do “temor do SENHOR” reside no reconhecimento de que a sabedoria verdadeira e duradoura não pode ser alcançada separada de Deus, por algumas razões fundamentais, quais sejam:

1.     Reconhecimento da soberania de Deus: o “temor do SENHOR” reconhece a soberania de Deus sobre todas as coisas. Isso implica que Deus é a fonte da verdadeira sabedoria, porque Ele é o Criador e Sustentador de todas as coisas. Qualquer busca por sabedoria que negligencie ou desconsidere Deus é fadada a ser limitada e falha.

2.     Submissão à vontade de Deus: o “temor do SENHOR” envolve submissão à vontade de Deus e à Sua orientação. Aqueles que temem a Deus reconhecem que Ele é a autoridade suprema e estão dispostos a obedecer aos Seus mandamentos. Isso os coloca em um caminho de sabedoria, pois seguem os princípios e valores divinos que promovem uma vida reta e justa.

3.     Compreensão da moralidade e ética: o “temor do SENHOR” está intimamente ligado à compreensão da moralidade e da ética, pois os mandamentos de Deus frequentemente envolvem orientações sobre como viver de maneira justa e amorosa. A sabedoria inclui a capacidade de discernir o que é certo e justo, e esse discernimento é aprimorado pelo temor a Deus.

4.     Busca pela verdade e conhecimento: aqueles que temem a Deus têm uma forte motivação para buscar a verdade e o conhecimento, pois reconhecem que Deus é a fonte de toda verdade. Portanto, eles estão inclinados a buscar o entendimento das Escrituras, a reflexão sobre a criação e o crescimento espiritual.

5.     Evitação do pecado e das tolices: o “temor do SENHOR” também impulsiona os crentes a evitarem o pecado e as tolices, pois sabem que desobedecer a Deus é prejudicial à sua relação com Ele e a seu próprio bem-estar espiritual.

 

Então, aqueles que vivem com reverência a Deus estão em uma posição favorável para adquirir e aplicar a sabedoria em suas vidas, independentemente de qualquer que seja a denominação cristã, busque viver de acordo com os princípios divinos e busque a compreensão que só pode vir de uma relação íntima com o Criador. 

 

A segunda parte da passagem de Eclesiastes 12:13, diz: “obedeça aos seus mandamentos”. A ênfase é na obediência à vontade de Deus como o dever de todo ser humano. Isso nos leva à importância da obediência aos mandamentos divinos, que são revelados na Bíblia. Jesus Cristo reafirmou esse princípio em Mateus 22:37-40, quando disse: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”.  

 

O amor a Deus e ao próximo resume todos os mandamentos divinos, enfatizando a importância da obediência. Muitos cristãos consideram o ensinamento de Jesus como central e definitivo, guiando a forma como devem viver suas vidas. Acreditam que Jesus cumpriu a lei e os profetas e que Seu ensinamento substitui ou transcende a antiga aliança da Torá. Eles veem os princípios de amor a Deus e ao próximo como a base para interpretar e aplicar os mandamentos, tanto os do Antigo Testamento quanto os ensinamentos específicos de Jesus e de outros autores do Novo Testamento. Mas, o fato é que os ensinamentos de Jesus é a chave para entender e aplicar os mandamentos divinos de maneira significativa e contextualizada à vida contemporânea.

 

Teólogos como Santo Agostinho e Martinho Lutero também destacaram a obediência a Deus como parte fundamental da vida cristã. Agostinho escreveu em sua obra “Confissões” sobre a busca da verdade e da felicidade através da obediência a Deus. Lutero, por sua vez, enfatizou a justificação pela fé, mas também destacou que a fé verdadeira leva à obediência aos mandamentos de Deus como fruto natural da fé.

 

Em resumo, Eclesiastes 12:13 nos lembra da importância do temor a Deus e da obediência aos seus mandamentos como o dever fundamental de todo ser humano. Fica claro que o temor é um profundo respeito e reverência a Deus, enquanto a obediência reflete o nosso amor e devoção a Ele. Essa passagem nos leva a uma vida de sabedoria, conhecimento e relacionamento íntimo com o Criador, e esses princípios são fundamentais na teologia cristã e na vida prática do crente.

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Sola Scriptura - Solus Christus - Sola gratia - Sola fide e Soli Deo glória

Nenhum comentário: