domingo, 15 de setembro de 2024

Ao Deus Desconhecido

 Está escrito:

“pois, andando pela cidade, observei cuidadosamente os seus objetos de culto e encontrei até um altar com esta inscrição: Ao Deus Desconhecido. Ora, o que vocês adoram sem conhecer, este é o que anuncio a vocês” (Atos 17:23).

 

No livro de Atos dos Apóstolos, encontramos essa passagem intrigante que nos convida a uma profunda reflexão e a extrairmos valiosas lições sobre a busca por Deus na jornada espiritual. Neste texto, o apóstolo Paulo, ao pregar aos atenienses, faz menção de um altar dedicado ao “Deus Desconhecido”. Esta referência proporciona insights preciosos sobre a natureza humana, a busca espiritual e a revelação divina.


Primeiramente, é importante reconhecer o contexto histórico e cultural em que essa passagem se insere. Atenas, era uma das cidades mais importantes da Grécia Antiga, e era um centro intelectual e politeísta, ou seja, cultuavam diversas divindades. No entanto, os atenienses, em sua busca por compreender o sagrado, erigiram um altar dedicado a um deus que desconheciam. Esta atitude revela a inquietude espiritual inerente à humanidade, uma ânsia por encontrar significado para além do mundo material.


Ao mencionar o “Deus Desconhecido”, Paulo não apenas reconhece a busca dos atenienses por algo maior, mas também aponta para a natureza reveladora de Deus. A Bíblia nos ensina que Deus se revela de diversas formas: através da criação (Romanos 1:20), da consciência moral (Romanos 2:15), da história e, especialmente, da pessoa de Jesus Cristo (João 14:9). Assim, mesmo quando os seres humanos buscam a divindade de maneira imperfeita ou incompleta, Deus continua se revelando, guiando-os em direção à plenitude da verdade.


As pessoas não vão encontrar Deus nas imagens de esculturas dos templos religiosos, nem tão pouco vão encontrar Deus numa mesa branca ou no batuque do tambor ou em qualquer outra forma de expressão cultural e religiosa. Deus não se revela de qualquer forma, porém devemos estar abertos para reconhecer Sua revelação em nossas vidas, na Bíblia e no mundo ao nosso redor. Conhecer Deus não é adquirir conhecimento teológico, mas envolve uma experiência íntima e pessoal com o Criador.


O apóstolo Paulo, ao se dirigir aos atenienses, não os repreende por sua ignorância, mas os convida a conhecer o Deus verdadeiro. Ele proclama que aquele “Deus Desconhecido” que eles adoravam ignorando seu nome, ele lhes declara. Paulo revela que este Deus não é uma mera construção da mente humana, como uma imagem física ou escultura, mas o Criador do céu e da terra, que não habita em templos feitos por mãos humanas, mas que é soberano sobre todas as coisas (Atos 17:24-25).


Como cristãos podemos aprender diversas lições, a partir dessa passagem. Em primeiro lugar, somos chamados a reconhecer a busca espiritual presente nas culturas e contextos sociais ao redor do mundo. A intensidade e a forma dessa busca podem variar significativamente de acordo com fatores históricos, tradições culturais, influências religiosas, experiências pessoais e até mesmo questões individuais, como predisposição psicológica.


Em muitas culturas, a espiritualidade é uma parte integral da vida cotidiana, permeando todas as atividades e relações. Nessas sociedades, a busca por significado, propósito e conexão com algo maior é frequentemente expressa através de práticas religiosas, rituais, crenças e tradições transmitidas de geração em geração. Portanto, devemos estar atentos às oportunidades de compartilhar a mensagem do Evangelho com aqueles que buscam respostas para suas inquietações espirituais.


Além disso, a passagem nos lembra da importância da revelação divina na nossa própria jornada espiritual. Assim como os atenienses buscavam conhecer o “Deus Desconhecido”, nós também podemos experimentar momentos de desconhecimento ou dúvida em nossa fé. No entanto, assim como Deus se revelou aos atenienses através da pregação de Paulo, Ele continua se revelando a nós através da Bíblia, da oração, da comunhão com outros cristãos e das experiências da vida.


Conhecer a Deus é uma jornada contínua e sincera. Devemos buscá-lo com um coração aberto, disposto a aprender e nos aprofundar nesse relacionamento pessoal com o Pai. O profeta Isaías nos exorta: “Busquem o Senhor enquanto é possível achá-lo; clamem por ele enquanto está perto” (Isaías 55:6). Enquanto há vida, há oportunidade de encontrá-lo. Ele está mais perto de você do que imagina. Não desperdice sua vida, pois, após a morte - algo pelo qual todos passarão -, não haverá mais a chance de buscá-lo. Sem Jesus, a eternidade será de separação dEle.


Por fim, somos desafiados a não apenas conhecer intelectualmente a Deus, mas a verdadeiramente nos relacionarmos com Ele. O conhecimento teológico deve sempre nos conduzir a uma vida de adoração e serviço ao Deus que se revelou em Jesus Cristo. Assim, ao refletir sobre o “Deus Desconhecido” dos atenienses, somos incentivados a nos comprometermos com o Deus conhecido e revelado em Cristo, buscando viver de acordo com os Seus desígnios em todas as áreas de nossas vidas.


Em suma, Atos 17:23 nos remete a refletir sobre a busca espiritual da humanidade e a revelação divina. Que possamos, como cristãos, ser sensíveis à busca espiritual ao nosso redor, confiantes na revelação de Deus em Jesus Cristo e sermos comprometidos com uma vida de adoração e serviço ao Deus conhecido e verdadeiro.

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Sola Scriptura - Solus Christus - Sola gratia - Sola fide e Soli Deo glória

SHALOM ADONAI


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