domingo, 28 de julho de 2024

Não os deixarei órfãos: relevância da presença do Espírito Santo


Está escrito:

“Não os deixarei órfãos; voltarei para vocês” (João 14:18).

 

O texto em análise é uma promessa reconfortante e significativa proferida por Jesus durante a última ceia, registrada no Evangelho de João. Essa declaração é parte de um discurso mais amplo de Jesus aos seus discípulos, em que Ele antecipa sua morte iminente e busca confortá-los diante da ansiedade e incerteza que eles estavam enfrentando.


A promessa de Jesus de não deixar os discípulos órfãos é carregada de significado teológico e pastoral. Em primeiro lugar, ela sugere uma relação de paternidade espiritual, indicando que os discípulos não seriam abandonados ou desamparados após a morte de Jesus. Ao usar a metáfora de “órfãos”, Jesus destaca a importância do seu papel como guia espiritual e protetor.


Além disso, a promessa também está intrinsecamente ligada à promessa da vinda do Espírito Santo, que é mencionada nos versículos subsequentes (João 14:26). Jesus assegura aos discípulos que, apesar de sua ausência física, Ele enviará o Consolador, o Espírito Santo, que permanecerá com eles para guiá-los, fortalecê-los e capacitá-los na ausência física do Mestre. Essa promessa do Espírito Santo é crucial para a continuidade do ministério de Jesus na terra, através da comunidade dos crentes.


Teólogos têm interpretado este versículo de diversas maneiras, mas muitos concordam que a promessa de Jesus abrange tanto a sua presença espiritual contínua quanto a promessa da vinda do Espírito Santo. O teólogo Leon Morris, por exemplo, destaca que a promessa de Jesus de não deixar os discípulos órfãos é uma garantia da presença perpétua dele na vida deles, agora através do Espírito Santo.


Outro teólogo, como R. C. Sproul, enfatiza a importância da promessa de Jesus como um reflexo do amor e cuidados divinos. Ao afirmar que não os deixará órfãos, Jesus está comunicando a constância do amor de Deus, que transcende a presença física do Filho.


A promessa do Espírito Santo continua a repercutir de maneira significativa nos dias de hoje para os cristãos. A certeza da presença de Deus em nossa vida é uma questão profundamente espiritual e pessoal. Você deseja experimentar a presença de Deus em sua vida? Todos nós, de alguma forma, buscamos essa  certeza, e podemos vivenciá-la quando:


1. Temos uma experiência pessoal de relacionamento com Deus: muitos crentes experimentam a presença de Deus por meio de um relacionamento pessoal com Ele. Isso envolve a oração, a busca de Deus em momentos de quietude e reflexão e a sensação de Sua presença durante períodos de adoração. O Salmos 34:8 nos diz: "Provem e vejam como o SENHOR é bom. Bem-aventurado o homem que nele se refugia!".


2. Estudamos a Palavra de Deus:  a Bíblia é considerada pelos cristãos como a revelação da vontade de Deus. O estudo das Escrituras pode levar os crentes a uma compreensão mais profunda de quem Deus é e como Ele opera em suas vidas. Através da leitura bíblica, os crentes podem sentir a orientação e a presença de Deus. No Salmos 119:105 encontramos: "A tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho". 


3. Testemunhamos da transformação: a experiência de uma transformação positiva na vida de uma pessoa é frequentemente vista como evidência da obra de Deus. Isso pode incluir mudança no caráter, na perspectiva de vida e no comportamento moral. "Portanto, se alguém está em Cristo, é uma nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas!" (2 Coríntios 5:17).  Essa transformação é atribuída  à influência do Espírito Santo em suas vidas.  


4. Convivemos com a comunidade de fé: a participação em uma comunidade de fé, como uma igreja local, pode proporcionar um senso de comunhão e suporte espiritual. A partilha de experiências de fé com outros crentes pode fortalecer a convicção da presença de Deus na vida individual e coletiva. O Salmos 133:1 diz: "Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união!". 


5. Respondemos a oração: a resposta a orações é frequentemente vista como uma confirmação da presença de Deus. Os crentes podem perceber que suas orações são atendidas de maneira que evidenciam a intervenção divina. Tiago 5:16 afirma: "Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz". 


6. Manifestamos o fruto do Espírito: a manifestação do fruto do Espírito, conforme descrito em Gálatas 5:22-23 (amor, alegria, paz, paciência, bondade, fidelidade, mansidão, autocontrole), é vista como uma evidência da presença do Espírito Santo na vida de um crente.


Certamente, a promessa de Jesus em João 14:18, oferece uma base rica para aplicações práticas na vida do crente nos dias de hoje. Assim vejamos:


a. Confiança e segurança espiritual: os crentes podem encontrar confiança e segurança na certeza de que, mesmo em meio às incertezas da vida, não estão sozinhos. A presença perpétua de Deus, manifesta através do Espírito Santo, é uma fonte de consolo e segurança.


b. Relacionamento pessoal com Deus: desenvolver um relacionamento mais profundo e pessoal com Deus por meio da oração, meditação na Bíblia e momentos de silêncio para ouvir a orientação do Espírito Santo. Cultivar esse relacionamento fortalece a consciência da presença constante de Deus.


c. Empoderamento para o serviço: reconhecer o papel do Espírito Santo como capacitação para o serviço e o ministério. Buscar ativamente os dons espirituais concedidos pelo Espírito Santo para contribuir para o bem da comunidade e o avanço do Reino de Deus.


d. Discernimento na tomada de decisões: confiar na orientação do Espírito Santo ao tomar decisões importante na vida cotidiana. Buscar discernimento espiritual por meio da oração e da reflexão nas Escrituras, confiando que Deus está ativamente envolvido na condução de seus filhinhos.


e. Compartilhamento do Evangelho com confiança: sentir-se capacitado pelo Espírito Santo para compartilhar a mensagem do evangelho com confiança. Reconhecer que Deus não apenas está presente na sua vida, mas também trabalha por meio dele para impactar outros com a verdade do Evangelho.


f. Viver em amor e unidade: buscar viver em amor e unidade, reconhecendo que o Espírito Santo nos capacita a manifestar o fruto do Espírito. Isso inclui praticar o amor, a paciência, a bondade e a fidelidade, contribuindo para edificação da comunidade de fé.


Em resumo, João 14:18 oferece uma promessa reconfortante e cheia de significado teológico. Ele destaca a continuidade da presença de Jesus na vida dos crentes, agora através do Espírito Santo, e reafirma o compromisso divino de não nos deixar órfãos espirituais. Essa promessa é um lembrete poderoso da constância do amor e do cuidado de Deus por seu povo. Aleluia! 


Ore comigo: Ó SENHOR  Deus, como é bom ter a certeza em nosso coração de que não somos órfãos, temos um Pai Eterno que habita em nós através do Espírito Santo e cuida de nós nos mínimos detalhes de nossa existência. Ajuda-nos a viver de acordo com Tua vontade, escolhendo andar no Espírito e evidenciar o fruto dessa conexão em nossa jornada cristã. Em nome de Jesus. Amém.


Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Sola Scriptura - Solus Christus - Sola gratia - Sola fide e Soli Deo glória

SHALOM SHALOM

domingo, 21 de julho de 2024

Momentos de deserto: refinamento e propósito na vida do crente

 


Está escrito:

“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto” (Lucas 4:1-NVI).

 

O versículo em pauta nos apresenta um momento crucial na vida de Jesus Cristo. Após Seu batismo no rio Jordão, onde o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba e uma voz do céu declarou: “Tu és o meu Filho amado; em ti me agrado” (Lucas 3:22-NVI), Jesus é conduzido pelo mesmo Espírito ao deserto. Este evento marca o início de Seu ministério público e é imediatamente seguido por um período de quarenta dias de jejum e tentação pelo diabo.


O deserto, na narrativa bíblica, carrega um profundo significado teológico e espiritual. É um lugar de provação, preparação e transformação. O deserto é um cenário recorrente na Bíblia onde Deus se encontra com Seu povo de maneira intensa e íntima, desafiando-os e refinando-os. Vários personagens bíblicos passaram pelo deserto como parte de seu aperfeiçoamento ou preparação para um propósito maior. Aqui estão alguns exemplos notáveis:


1. Moisés: Ele passou 40 anos no deserto de Midiã, onde cuidou das ovelhas de seu sogro Jetro. Durante esse tempo, ele foi preparado para liderar o povo de Israel para fora do Egito (Êxodo 2:15-3:10). Após a libertação do povo de Israel do Egito, Moisés liderou-os por 40 anos no deserto do Sinai. Este período serviu para purificar e preparar a nação para entrar na Terra Prometida (Êxodo 16-17; Números 14:33-34).

2. Elias: após confrontar os profetas de Baal no Monte Carmelo, Elias fugiu para o deserto para escapar da rainha Jezabel. No deserto, ele encontrou renovação espiritual e recebeu instruções de Deus para continuar sua missão profética (1Reis 19:1-18).

3. João Batista: ele viveu no deserto antes de iniciar seu ministério de pregação e batismo. Ele foi chamado para preparar o caminho para a vinda do Messias, Jesus Cristo (Lucas 1:80; Mateus 3:1-4).


Esses exemplos ilustram como o deserto, tanto literal quanto figurativo, serve como um local de preparação e fortalecimento espiritual para cumprir os propósitos de Deus. Você já enfrentou um período desértico em sua vida? Eu passei pelo meu deserto e, na verdade, ainda estou nessa jornada. Esses períodos podem se manifestar de diversas formas, como provações, dificuldades, períodos de silêncio espiritual ou momentos de profunda introspecção e busca por Deus. Mas, por que somos levados subitamente ao deserto, muitas vezes contra nossa vontade? Existem várias razões para esse tempo de deserto:


1. Para provar e refinar a nossa fé: Deus permite que passemos por dificuldades para testar e fortalecer nossa fé. Assim como o ouro é refinado pelo fogo, nossa fé é purificada e fortalecida pelas provações (1 Pedro 1:6-7; Tiago 1:2-4).

2. Para nos preparar para propósitos futuros: assim como Moisés, Elias, João Batista e Jesus passaram por períodos de deserto antes de grandes missões, nós também passamos por tempos de preparação para cumprir os propósitos de Deus em nossas vidas. Esses momentos são usados por Deus para nos preparar para desafios e oportunidades futuras.

3. Para o crescimento espiritual e dependência de Deus: o deserto nos força a depender totalmente de Deus. Nunca senti uma dependência tão profunda de Deus quanto nos momentos em que estou atravessando o meu deserto. Quando enfrentamos dificuldades e as soluções parecem distantes, o único caminho é confiar ainda mais em Deus e em Suas promessas (Deuteronômio 8:2-3).

4. Para nos purificar e santificarmos: os períodos de deserto podem servir como um tempo de purificação, onde Deus trabalha em nossas vidas para remover atitudes, comportamentos e pensamentos que não estão alinhados com Sua vontade (Salmos 66:1-12). 


Pode-se observar que o conceito do deserto tem uma aplicação profunda na vida do crente. Enfrentamos momentos desérticos de várias formas: provações, dificuldades, períodos de silêncio espiritual, entre outros. No entanto, esses momentos não são em vão. Eles servem para nos moldar, purificar e preparar para o propósito que Deus tem para cada um de nós. Então, o que fazer quando estamos vivendo esses tempos de deserto? Aqui estão algumas sugestões, baseadas na minha própria experiência, que podem ser úteis:


1. Busque a presença de Deus: a oração e a meditação na Palavra de Deus são essenciais e tem sido um bálsamo para minha alma, a leitura e a reflexão dos textos bíblicos. Durante os tempos de deserto, é crucial buscar a presença de Deus e ouvir Sua voz. Passagens como os Salmos podem ser especialmente consoladores e fortalecedores.

2. Mantenha a fé e confiança: lembre-se das promessas de Deus e mantenha a fé mesmo quando as circunstâncias parecem difíceis. Confie que Deus está trabalhando em sua vida, mesmo que não seja imediatamente evidente (Provérbios 3:5-6).

3. Aprenda e cresça: pergunte a Deus o que Ele quer que você aprenda durante este tempo. Use o seu deserto como uma oportunidade para crescer espiritualmente e desenvolver características como paciência, perseverança e humildade (Romanos 5:3-4).

4. Não se afaste da sua comunidade de fé: não enfrente o deserto sozinho. Busque apoio e encorajamento na comunidade de fé. Compartilhe suas lutas e permita que outros orem por você e ofereçam suporte (Gálatas 6:2).

5. Lembre-se dos propósitos de Deus: saiba que Deus tem um propósito para cada temporada de nossas vidas, incluindo os tempos de deserto. Esses períodos podem ser necessários para nos preparar para algo maior que Ele tem planejado para nós (Jeremias 29:11).

6. Não perca a esperança: mantenha a esperança de que o deserto não é permanente. Confie que Deus o guiará através desse tempo e o trará para um lugar de renovação e propósito. A história bíblica está repleta de exemplos de como Deus usou o deserto para moldar e preparar Seu povo para grandes coisas (Isaías 43:19).


Não consigo explicar exatamente por que Deus colocou no meu coração o desejo de escrever sobre este tema, mas certamente alguém precisava ler a respeito. Os tempos de deserto são uma parte natural e necessária em nossa caminhada cristã. Eles nos moldam, refinam e preparam para os propósitos de Deus. Portanto, querido(a), enfrente esses períodos com fé, confiança e busca contínua pela presença de Deus, que nos permitirá emergir mais forte e mais próximo d’Ele. Não se desespere: Deus está conosco, guiando-nos e preparando-nos para o que está por vir.

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Sola Scriptura - Solus Christus - Sola gratia - Sola fide e Soli Deo glória

SHALOM SHALOM

domingo, 14 de julho de 2024

Amor divino e propósito soberano


Está escrito:

“Sabemos que Deus faz com que todas as coisas concorram para o bem daqueles que o amam, dos que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8:28-A21).

 

O versículo em pauta é um dos mais confortantes e encorajadores da Bíblia para os cristãos. Ele encapsula a soberania e a providência de Deus, oferecendo uma visão de esperança e segurança para os crentes. 


Sabe-se que a Epístola aos Romanos foi escrita pelo apóstolo Paulo por volta de 57 d.C., enquanto estava em Corinto. Paulo endereça esta carta à igreja em Roma, composta por cristãos judeus e gentios. O capítulo 8 de Romanos faz parte de uma seção maior (Romanos 5-8) que trata da justificação pela fé e da vida no Espírito. Vamos analisar o texto para extrair dele valiosas lições para nossa vida, conforme nos seja revelado. Assim vejamos:


Sabemos que Deus faz com que todas as coisas”: esta afirmação inicial é uma declaração de certeza. Paulo não expressa uma hipótese ou esperança, mas uma certeza inabalável de que Deus está ativo em todos os aspectos da vida.


A Bíblia traz inúmeros exemplos que mostram Deus ativo conduzindo todas as coisas, inclusive a vida de Seus escolhidos. Vamos destacar o personagem José, filho de Jacó. José era o favorito de seu pai, o que gerou inveja e ódio em seus irmãos. Eles planejaram matá-lo, mas acabaram vendendo-o como escravo para uma caravana de ismaelitas que iam para o Egito (Gênesis 37:18-28). Eles tentaram destruir os sonhos de José, mas não puderam. A mulher de Potifar tirou-lhe sua capa, mas não seu sonho. Apesar de toda desgraça na vida de José, traição, falsa acusação, Deus estava presente na vida dele. Deus deu a José sonhos que mostravam um propósito grandioso, mas não revelou o processo doloroso que ele teria de enfrentar.


É interessante notar que Deus fala do propósito, mas nem sempre revela o processo. Eu não sei o que você está passando, mas tenha certeza de que esse processo está sendo conduzido pelas mãos dAquele que tem o controle de todas as coisas. Na verdade, Deus não nos revela o processo para que não desistamos da promessa. O processo é a jornada que Deus utiliza para nos preparar para o propósito. 


Querido, não pense que você está só. Deus está presente, mesmo quando não somos capazes de ouvir sua voz. O silencio de Deus não significa abandono; é porque Deus está nos preparando, nos fortalecendo, nos moldando para nos conduzir em Seus propósitos.


“para o bem daqueles que o amam”: o “bem” aqui não é definido de forma mundana ou materialista, mas está alinhado com o propósito de Deus. Aqueles que o amam são identificados como os crentes que têm um relacionamento pessoal e íntimo com Ele. Em João 15:9-15, registra as palavras de Jesus aos Seus discípulos, destacando a importância de um relacionamento íntimo e amoroso com Ele. Jesus convida os discípulos a permanecerem nesse amor, o que implica um relacionamento contínuo com Ele. A obediência é um sinal de amor e uma forma de permanecer nesse relacionamento. Então, assim como Jesus obedece ao Pai e permanece no Seu amor, nós somos chamados a obedecer a Jesus e, dessa forma, permanecer no Seu amor. 


Além disso, Jesus destaca que o maior amor é dar a vida pelos amigos, algo que Ele próprio fez. Ele nos chama de amigos, expressando um relacionamento íntimo e pessoal, no qual conhecemos Seus planos e propósitos. Esse texto destaca a profundidade do relacionamento que somos convidados a ter com Deus, um relacionamento caracterizado pelo amor mútuo, obediência e revelação íntima dos propósitos divinos.


“dos que são chamados segundo o seu propósito”: este trecho reforça a doutrina da eleição e predestinação. Deus chama os crentes segundo o Seu propósito soberano, que é sempre bom e perfeito, conforme explicita Efésios 1:3-6. Nessa passagem, Paulo destaca a predestinação e o chamamento divino dos crentes de acordo com o propósito soberano de Deus. Ele afirma que Deus nos escolheu “antes da criação do mundo”. Essa escolha não é baseada em méritos humanos, mas na soberania e no amor de Deus. A predestinação é um ato da vontade divina, que nos destina para sermos santos e irrepreensíveis em Sua presença. 


O propósito da predestinação é duplo: sermos adotados como filhos de Deus e vivermos para o louvor da Sua gloriosa graça. Essa adoção de filhos de Deus, por meio de Jesus Cristo é uma expressão do amor e da soberania de Deus.


Portanto, Romanos 8:28 nos chama a confiar na soberania de Deus em todas as circunstâncias. Em um mundo cheio de incertezas, sofrimento e desafios, este versículo oferece uma âncora para a alma. É fato que esperar em Deus é desafiador, mas recompensador, porque Deus faz que todas as coisas concorram para o bem. Cada situação difícil é um passo em direção ao propósito que Ele tem para nós. Podemos descansar na certeza de que Deus está no controle e que Ele trabalha de forma ativa e contínua por aqueles que nEle esperam.


No entanto, é importante entendermos que o “bem” mencionado em Romanos 8:28 não se refere necessariamente a prosperidade material ou ausência de dificuldades. O bem divino é a conformidade à imagem de Cristo (Romanos 8:29). Assim, mesmo em meio a tribulação, podemos encontrar conforto sabendo que Deus está moldando nosso caráter e fé. 


Lembre-se de que fomos chamados segundo o propósito de Deus. Este chamado não é apenas para a salvação, mas também para viver uma vida que glorifique a Deus e cumpra Sua vontade. Isso implica em uma vida de obediência, serviço e testemunho. 


Este versículo nos incentiva a perseverar na fé, mesmo quando enfrentamos adversidades. A esperança de que Deus está trabalhando para o nosso bem fortalece nossa determinação e resiliência. Somos incentivados a olhar além das circunstâncias imediatas e confiar no plano eterno de Deus.


Em suma, Romanos 8:28 é um poderoso lembrete da soberania e bondade de Deus. A exegese deste versículo revela que Deus está ativamente envolvido na vida dos crentes, trabalhando para o seu bem conforme Seu propósito. Somos chamados a confiar plenamente em Deus, que está construindo algo belo, mesmo que não possamos ver no momento. Podemos confiar no processo e viver de acordo com o chamado e perseverar com esperança. Pedro nos diz: "Por isso mesmo, aqueles que sofrem de acordo com a vontade de Deus devem confiar sua vida ao seu fiel Criador e praticar o bem"(1Pedro 4:19-NVI).

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Sola Scriptura - Solus Christus - Sola gratia - Sola fide e Soli Deo glória

Shalom Adonai

 

domingo, 7 de julho de 2024

A fé: a certeza das coisas invisíveis

Está escrito:

“Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos” (Hebreus 11:1).

 

A Bíblia é uma fonte rica de ensinamentos e reflexões sobre a fé. No livro de Hebreus, capítulo 11, encontramos um versículo que resume a essência da fé cristã, conforme o texto acima. A fé é um conceito multifacetado que pode ter diferentes significados, dependendo do contexto em que é discutido. No entanto, a fé pode ser definida como uma crença, confiança ou convicção profunda em algo ou alguém, mesmo que não haja evidências tangíveis ou visíveis para apoiá-la.

 

No contexto religioso, a fé geralmente se refere à confiança e crença em Deus ou em uma realidade espiritual. A fé envolve uma relação íntima com o sobrenatural e inclui aspectos como confiança, entrega, obediência e esperança. Ela implica em confiar em Deus mesmo diante de incertezas e desafios, viver de acordo com os princípios e mandamentos divinos, e buscar uma relação pessoal com Deus, através da oração, adoração e de uma vida piedosa.

 

É importante ressaltar que a fé não exclui a razão ou o questionamento intelectual. Embora a fé possa transcender a lógica e a compreensão humana, isso não significa que seja irracional. Muitas pessoas encontram um equilíbrio entre fé e razão, procurando entender e buscar fundamentos sólidos para suas crenças enquanto mantêm a confiança e a esperança.

 

Assim, a expressão “a fé é a certeza daquilo que esperamos” é uma definição da fé encontrada na Bíblia que tem uma importância significativa para a compreensão da natureza da fé na perspectiva cristã. A passagem de Hebreus 11:1, nos lembra que a fé não é apenas uma crença vaga ou uma esperança incerta, mas algo mais profundo e seguro. Ela envolve uma convicção profunda e uma confiança inabalável em algo que ainda não podemos ver ou experimentar plenamente.

 

Essa certeza daquilo que esperamos se refere a uma confiança segura nas promessas de Deus e em Sua fidelidade. A fé cristã está enraizada na confiança em Deus e em Sua Palavra, e é por meio dessa confiança que podemos ter uma visão clara e segura das realidades espirituais e das promessas divinas.

 

Essa certeza daquilo que esperamos nos sustenta e fortalece em tempos de incerteza, dúvida e adversidade. Ela nos capacita a perseverar, mesmo quando as circunstâncias parecem contrárias, pois nossa fé está ancorada na fidelidade e no poder de Deus.

 

Além disso, a certeza daquilo que esperamos também implica em viver de acordo com essa convicção. A fé verdadeira se manifesta em ações concretas que refletem nossa confiança em Deus e em Suas promessas. Nossas atitudes, escolhas e comportamento são influenciados pela certeza daquilo que esperamos, levando-nos a viver de acordo com os princípios e mandamentos de Deus.

 

Diante da certeza daquilo que esperamos, a expressão “fé é a prova das coisas que não vemos”, complementa a definição da fé e nos ajuda a entender outro aspecto da natureza da fé na perspectiva cristã. Ela destaca que a fé vai além do que é visível aos nossos olhos físicos. Ela implica em confiar em algo ou alguém, mesmo sem ter evidências tangíveis ou visíveis para apoiar essa confiança. A fé nos capacita a acreditar e experimentar a realidade das coisas espirituais, mesmo que não possamos percebê-la com nossos sentidos físicos. O salmista diz: “Alguns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós confiamos no nome do SENHOR” (Salmos 20:7)

 

A fé que é a prova das coisas que não vemos significa que, através dela somos capazes de ter uma convicção sólida sobre a realidade espiritual e as promessas divinas, mesmo que não possamos ver ou tocar essas coisas diretamente. A fé nos dá uma perspectiva espiritual que transcende a compreensão humana e nos permite ter uma segurança interior em relação as verdades divinas. “Pois o SENHOR será sua segurança e o impedirá de cair em armadilha” (Provérbios 3:26).

 

Essa prova das coisas invisíveis não se baseia em evidências empíricas ou científicas, mas em uma confiança profunda em Deus e em Sua Palavra. A fé nos dá uma certeza interior que não é abalada pelas circunstâncias externas. Ela nos permite experimentar a realidade da presença de Deus, Sua graça, Sua providência e Suas promessas, mesmo que essas coisas não sejam visíveis aos nossos olhos. “Mesmo não florescendo a figueira e não havendo a safra de azeitonas e não havendo produção de alimentos nas lavouras, nem ovelhas no curral, nem bois nos estábulos, ainda assim eu exultarei no SENHOR e me alegrarei no Deus da minha salvação” (Habacuque 3:17-18). 

 

Porém, essa expressão também nos lembra que a fé não é uma questão de mera especulação ou fantasia, mas uma convicção substancial e transformadora. Ela nos leva a viver de acordo com as verdades espirituais, a confiar em Deus e a agir com base nessas convicções, mesmo que o mundo ao nosso redor pareça contradizer ou desafiar nossa fé.

 

Refletir sobre a importância da fé é essencial. A Bíblia diz que “sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam” (Hebreus 11:6). Você deseja evidências das coisas que ainda não pode ver? Então, comece a desenvolver uma fé firme no Senhor. Mas como cultivar uma fé consistente? O apostolo Paulo responde: “a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo” (Romanos 10:17).

 

Por fim, a fé é a essência do cristianismo e nos lembra que não é apenas uma crença abstrata, mas um elemento fundamental que nos conecta a Deus, nos conduz à salvação e nos sustenta em tempos de adversidades. A fé nos capacita a confiar em Deus mesmo quando não entendemos completamente Sua vontade. Através da fé somos fortalecidos, encorajados e capacitados a viver uma vida que agrada a Deus. Aprenda a viver pela fé, confiando em Deus com obediência, perseverança, esperança e desapego às coisas materiais.

 

Lembre-se: Rendam graças ao SENHOR, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre.

Sola Scriptura - Solus Christus - Sola gratia - Sola fide e Soli Deo glória

Shalom Adonai