A Câmara do Deputados aprovou anteontem um aumento no investimento da educação brasileira para 10% do Produto Interno Bruto (PIB), dentro do Plano Nacional de Educação (PNE), em Comissão Especial. O que nos chama atenção é o fato de que o governo brasileiro ainda não investe 7% do PIB, aliás o setor só recebe 5,1%. E os senhores deputados ainda deram pulos de alegria, gritos e cantaram o Hino Nacional. Tanta demagogia e hipocrisia!
Na realidade, o Brasil é o país que menos gasta com educação. Em 2007, o total do PIB investido em educação chegou a 3,9%, segundo o relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), enquanto os Estados Unidos gastam em educação 7,4% do PIB, Dinamarca e Luxemburgo 7,2% do PIB. Vários países na Europa e alguns da América do Sul, ao exemplo do Chile, aumentaram seus investimentos em educação.
Então, há alguma coisa errada em aumentar os investimentos em educação no Brasil? Sim. Porque, o Brasil ainda não investe o que devia em educação e porque não investe? Porque falta GESTÃO e vontade política. O grande problema do Brasil é a sua incapacidade de gerir os recursos financeiros de forma planejada, equilibrada e HONESTAMENTE. O flagelo que corrói a gestão pública chama-se CORRUPÇÃO. Não adianta querer mostrar que é bonzinho, aprovando medidas de gastos públicos de forma irresponsável apenas para agradar aos leitores e ganhar votos nas próximas eleições.
A educação precisa de investimentos e de gestão para que esses recursos cheguem a promover as mudanças que a sociedade espera: melhoria na qualidade do ensino fundamental, médio e superior, em termos de estrutura e instalações, ampliação de vagas, condições de trabalho dos professores, remuneração com plano de cargo e salário, entre outras medidas.
É importante lembrar que vários setores da educação estão em greve, inclusive as universidades, e os senhores deputados não estão sensibilizados para resolver o problema e o governo não toma uma atitude para apresentar uma solução.
Esse é o país em que vivemos, um país de faz de conta, faz de conta que o PIB para educação é 5% ou 7% ou 10% e ficamos todos vivendo no imaginário mundo da fantasia, "me engana que eu gosto". É lamentável, a falta de seriedade e compromisso que algumas autoridades têm para como o serviço público.
Se vai melhora a educação nos próximos 10 anos, quem viver verá.